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Cavia aperea: diferenças entre revisões

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{{Mais notas|data=julho de 2021}}
{{Info/Taxonomia
{{Info/Taxonomia
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}}

{{Wikispecies|Cavia aperea}}
'''''Cavia aperea''''', também chamado de '''preá''' ou '''bengo''',<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 378.</ref> é um [[roedor]] de ampla distribuição na [[América do Sul]], do gênero ''[[Cavia (roedor)|Cavia]]'', família dos [[Caviidae|caviídeos]]. Mede cerca de 25&nbsp;cm de comprimento. Possuem pelagem cinzenta, corpo robusto, patas e orelhas curtas, incisivos brancos e cauda ausente. É aparentado com o [[porquinho-da-índia]] (''Cavia porcellus''). Em algumas regiões do Brasil é criado e usado como alimento.Possuem comportamento social,hábitos matutinos e noturnos.<ref name=":0" />
'''''Cavia aperea''''', também chamado de '''preá''', '''pereá''', '''piriá''' ou '''bengo''',<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 378.</ref> é um [[roedor]] do gênero ''[[Cavia (roedor)|Cavia]]'', família dos [[Caviidae|caviídeos]]. Mede cerca de 25&nbsp;cm de comprimento. Possuem pelagem cinzenta, corpo robusto, patas e orelhas curtas, incisivos brancos e cauda ausente. É aparentado com o [[porquinho-da-índia]] (''[[Porquinho-da-índia|Cavia porcellus]]''). Possuem comportamento social, hábitos matutinos e noturnos.<ref name=":0">{{Citar web|url=https://www.conhecimentogeral.inf.br/prea/|titulo=Preá. Definição, fotos e vídeos|data=2016-10-07|acessodata=2019-08-08|obra=Conhecimento Geral|lingua=en}}</ref> É encontrado na [[Argentina]], [[Brasil]], [[Colômbia]], [[Equador]], [[Peru]], [[Bolívia]], [[Paraguai]], [[Uruguai]] e [[Venezuela]]. Em algumas regiões do Brasil é criado e usado como alimento.


== Etimologia ==
== Etimologia ==
"Preá" se originou do termo [[Língua tupi|tupi]] ''apere'á''<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 141, 1 378.</ref>
"Preá" se originou do termo [[Língua tupi|tupi]] ''apere'á.''<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 141, 1 378.</ref>

Pequeno [[Roedores|roedor]], encontrado na região [[nordeste]] do Brasil<ref>{{Citar web|titulo=preá - Wikcionário|url=https://pt.wiktionary.org/wiki/pre%C3%A1|obra=pt.wiktionary.org|acessodata=2019-08-08}}</ref>


== Hábitos ==
== Hábitos ==
Seus hábitos são basicamente noturnos. De hábitos sociais bem marcados, o preá só abandona suas tocas à noite, em pequenos bandos, por trilhas que em geral já conhece. É arisco e evita os descampados nessas incursões noturnas em busca do capim novo e dos brotos e folhas de que se nutre.São animais estritamente vegetarianos, alimentando-se normalmente de ervas,folhas secas,casca de árvore,frutas e sementes.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Terra|primeiro=Rio Doce|titulo=# Préa ou Piriá|url=http://www.riodoceterra.com.br/index.php/fauna-e-flora/86-prea-ou-piria|jornal=Rio Doce Terra|lingua=pt-br}}</ref>Os baixos levantamentos de registros dessa espécie de mamífero,pode ser explicado por seus hábitos alimentares.<ref>{{citar web|url=http://www.scielo.br/pdf/bn/v9n3/v9n3a30.pdf|titulo=Pequenos mamíferos não voadores em fragmentos de Mata Atlântica e áreas agrícolas em Viana, Espírito Santo, Brasil|data=|acessodata=|publicado=Israel de Souza Pinto, Ana Carolina Covre Loss, Aloísio Falqueto & Yuri Luiz Reis Leite|ultimo=|primeiro=}}</ref>
Seus [[Hábito alimentar|hábitos]] são basicamente [[Noite|noturnos]]. De hábitos sociais bem marcados, o preá só abandona suas tocas à noite, em pequenos bandos, por trilhas que em geral já conhece. É arisco e evita os [[Descampado (Povoação)|descampados]] nessas incursões noturnas em busca do capim novo e dos brotos e folhas de que se nutre. São animais herbívoros, alimentando-se normalmente de [[erva]]s, folhas secas, casca de árvore, frutas e sementes.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Terra|primeiro=Rio Doce|titulo=# Préa ou Piriá|url=http://www.riodoceterra.com.br/index.php/fauna-e-flora/86-prea-ou-piria|jornal=Rio Doce Terra|lingua=pt-br}}</ref> Os baixos levantamentos de registros dessa [[espécie]] de [[Mamíferos|mamífero]], pode ser explicado por seus [[Hábito alimentar|hábitos]] alimentares.<ref>{{citar web|url=http://www.scielo.br/pdf/bn/v9n3/v9n3a30.pdf|titulo=Pequenos mamíferos não voadores em fragmentos de Mata Atlântica e áreas agrícolas em Viana, Espírito Santo, Brasil|data=|acessodata=|publicado=Israel de Souza Pinto, Ana Carolina Covre Loss, Aloísio Falqueto & Yuri Luiz Reis Leite|ultimo=|primeiro=}}</ref>


Algo interessante a se destacar é que os preás não consomem alface<ref name=":0">{{Citar web|titulo=Preá. Definição, fotos e vídeos|url=https://www.conhecimentogeral.inf.br/prea/|obra=Conhecimento Geral|data=2016-10-07|acessodata=2019-08-08|lingua=en}}</ref>, pois o mesmo causa problemas intestinais no animal.
Algo interessante a se destacar é que os preás não consomem alface, pois o mesmo causa problemas intestinais no animal.<ref name=":0" />


Certas vezes, um preá pode ficar enciumado de sua parceira, o que leva a conflitos internos no grupo.
Certas vezes, um preá pode ficar [[Ciúme|enciumado]] de sua parceira, o que leva a conflitos internos no grupo.


Cavia aperea é um [[herbívoro]] e se alimenta de gramíneas e outras ervas. É diurno, principalmente emergindo no início da manhã para forragear e novamente à noite. Eles não escavam tocas, mais sim complexos labirintos de túneis na superfície que possuem de 8 a 12 cm de largura.Possui áreas de latrinas ao lado dos trilhos,onde pilhas de excremento em formato de feijão podem ser vistas,assim como pilhas de hastes de grama cortadas<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=p2MDAzCeQQoC&lpg=PA455&hl=pt-BR&pg=PP1#v=onepage&q&f=false|título=Mammals of the Neotropics, Volume 3: Ecuador, Bolivia, Brazil|ultimo=Eisenberg|primeiro=John F.|ultimo2=Redford|primeiro2=Kent H.|data=1989|editora=University of Chicago Press|lingua=en|isbn=9780226195421}}</ref>.
Cavia aperea é um [[herbívoro]] e se alimenta de [[gramíneas]] e outras ervas. É [[diurno]], principalmente emergindo no início da manhã para [[Forrageamento|forragear]] e novamente à noite. Eles não [[Escavadores|escavam]] tocas, mas sim complexos labirintos de [[túneis]] na superfície que possuem de 8 a 12&nbsp;cm de largura. Possui áreas de [[latrina]]s ao lado dos trilhos, onde pilhas de [[Fezes|excremento]] em formato de feijão podem ser vistas, assim como pilhas de hastes de grama cortadas.<ref name=":3">{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=p2MDAzCeQQoC&lpg=PA455&hl=pt-BR&pg=PP1#v=onepage&q&f=false|título=Mammals of the Neotropics, Volume 3: Ecuador, Bolivia, Brazil|ultimo=Eisenberg|primeiro=John F.|ultimo2=Redford|primeiro2=Kent H.|data=1989|editora=University of Chicago Press|lingua=en|isbn=9780226195421}}</ref>


Esta espécie é muito variável,podendo habitar pastagens secas,savanas úmidas,bosques de cerrado e [[Floresta de Galeria|matas de galeria]].<ref>{{Citar web|url=http://www.iucnredlist.org/details/86257782/0|titulo=Cavia aperea (Brazilian Guinea Pig)|acessodata=2018-05-10|obra=www.iucnredlist.org}}</ref>
Esta espécie é muito variável, podendo [[Habitat|habitar]] pastagens secas, savanas úmidas, bosques de cerrado e [[Floresta de Galeria|matas de galeria]].<ref>{{Citar web|url=http://apiv3.iucnredlist.org/api/v3/website/Cavia%20aperea|titulo=Cavia aperea (Brazilian Guinea Pig)|acessodata=2018-05-10|obra=www.iucnredlist.org}}</ref>


== Descrição ==
== Descrição ==
Com características comuns à sua família, é natural nessas espécies a ausência de [[cauda]] e a presença de pelos [[Denso|densos,]] mas sem espinhos na cobertura do corpo. O preá possui o canal dos dentes abertos, o que provoca o crescimento deles. Acompanhadas de grandes unhas afiadas, as patas traseiras possuem três dedos e as dianteiras quatro.
Com características comuns à sua família, é natural nessas espécies a ausência de [[cauda]] e a presença de pelos [[Denso|densos,]] mas sem espinhos na cobertura do corpo. O [[Porquinho-da-índia|preá]] possui o canal dos dentes abertos, o que provoca o crescimento deles. Acompanhadas de grandes unhas afiadas, as patas traseiras possuem três dedos e as dianteiras quatro.<ref name=":2">{{Citar web|titulo=Preá é um mamífero comum em quase todo o Brasil|url=https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2018/07/31/prea-e-um-mamifero-comum-em-quase-todo-o-brasil.ghtml|obra=G1|acessodata=2019-08-08|lingua=pt-br}}</ref>


Com tantos [[Artifício|artifícios]] para uma boa caça, o preá se limita a uma dieta mais [[Fitness|“fitness”]]. O animal é completamente [[herbívoro]] e sua principal fonte de energia é o capim. Até por conta disso, é comum ser encontrado próximo a riachos, brejos, [[Córrego|córregos]] e rios.<ref>{{Citar web|titulo=Preá é um mamífero comum em quase todo o Brasil|url=https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2018/07/31/prea-e-um-mamifero-comum-em-quase-todo-o-brasil.ghtml|obra=G1|acessodata=2019-08-08|lingua=pt-br}}</ref>
O animal é completamente [[herbívoro]] e sua principal fonte de energia é o capim. Até por conta disso, é comum ser encontrado próximo a riachos, brejos, [[córrego]]s e rios.
[[Ficheiro:Cavia aperea, Iguazú National Park 1.jpg|miniaturadaimagem|303x303px|Cavia aperea]]
Ainda nessas regiões é comum vê-los construir os [[ninho]]s próximos de moitas. Lá, realizam a [[reprodução]]. O período de [[gestação]] dura dois meses, aproximadamente, e, em média, nascem dois filhotes. Em cada grupo, cinco a dez indivíduos definem uma liderança através de uma [[hierarquia]] bem definida.<ref name=":2" />
{| class="wikitable"
|+
Dados biológicos<ref name=":5">{{Citar web|titulo=Porquinho-da-Índia ou Preá|url=http://www.saudeanimal.com.br/2015/11/28/porquinho-da-india/|obra=Saúde Animal|data=2015-11-28|acessodata=2019-08-15|lingua=pt-BR}}</ref>
!
!Dados biológicos
!Quantificação
|-
|1
|[[Maturidade sexual]]
|55-90 dias
|-
|2
|[[Período de gestação]]
|59-75 dias(média 68)
|-
|3
|[[Cio]]
|12-18 dias
|-
|4
|[[Cio|Duração do cio]]
|6-11 dias
|-
|5
|[[Cio|Retorno do cio pós-parto]]
|6-8 dias
|-
|6
|[[Cópula|Época de cruzamento]]
|Ano todo
|-
|7
|[[Cópula|Idade mínima para acasalamento]]
|12 semanas
|-
|8
|[[Peso|Peso no nascimento]]
|60 a 100 gramas
|-
|9
|[[Peso|Peso do adulto]]
|500 a 600 gramas
|-
|10
|[[Peso|Peso máximo alcançado]]
|1.5 quilogramas
|-
|11
|[[Comprimento|Tamanho quando adulto]]
|25 a 30 centímetros
|-
|12
|[[Ninhada|Quantidade de crias por ninhada]]
|2-3 filhotes
|-
|13
|[[Desmame|Idade de desmama]]
|14-20 dias
|-
|14
|[[Alimentação|Início da alimentação sólida]]
|1-5 dias
|-
|15
|[[Fêmea|Vida útil da fêmea]]
|2-4 anos
|-
|16
|[[Macho|Vida útil do macho]]
|4 anos
|-
|17
|[[Frequência respiratória]]
|69-104 por minuto
|-
|18
|[[Batimentos cardíacos]]
|260-400 por minuto
|-
|19
|[[Pressão sanguínea|Média da pressão sanguínea]]
|81-90mm
|-
|20
|[[Termorregulação|Temperatura corporal]]
|38.5 graus
|-
|21
|[[Leucócito]]s
|10.000/mm3
|-
|22
|[[Hemácia]]s
|4,5-7 milhões por mm3
|-
|23
|[[Hematócrito]]
|42%
|-
|24
|[[Hemoglobina]]
|12,35%
|}
[[Ficheiro:Die vergleichende Osteologie (1821) Cavia aperea.jpg|miniaturadaimagem|322x322px|Osteologia do cavia aperea]]


== Doenças ==
Ainda nessas regiões é comum vê-los construir os ninhos próximos de moitas. Lá, realizam a reprodução. O período de [[gestação]] dura dois meses, aproximadamente, e, em média, nascem dois filhotes. Em cada grupo, cinco a dez indivíduos definem uma liderança através de uma hierarquia bem definida.
Os preás são animais resistentes às [[doença]]s porém, podem sofrer de algumas [[Doença|enfermidades]]. Normalmente quando o animal está doente ele se torna triste e seus pêlos ficam secos e arrepiados.<ref name=":5" /> Dentre as que podem eventualmente aparecer numa criação estão as seguintes:
[[Ficheiro:Die vergleichende Osteologie (1821) Cavia aperea.jpg|miniaturadaimagem|Osteologia do Cavia aperea]]


=== Bacterianas ===
*Têm uma [[Expectativas adaptativas|expectativa]] de vida de 5 a 6 anos;
* Seus dentes crescem sem parar ao longo da vida toda;
* Por serem presas na natureza, são bastante desconfiados e assustados;
* Em vez de ter longas horas de sono, preferem tirar vários cochilos ao longo do dia.


# [[Salmonelose]]: produzida pela '''[[Salmonella enterica serovar Typhi|''Salmonella'' Typhi]]''' (a mais comum, ainda que também por outros tipos de Salmonella com sintomatologia muito similar). É uma enfermidade que se difunde rapidamente produzindo alta mortalidade, principalmente para os animais em crescimento. É provavelmente a mais letal de todas as enfermidades dos preás.
== Participação na cadeia alimentar ==
# [[Pseudotuberculose|Pseudo tuberculose]]: Produzida pela [[Pseudotuberculose|''Yersinia pseudotuberculosis''.]] É uma [[Doença|enfermidade]] [[Crónica|crônica]] caracterizada por [[nódulo]]s sebosos, especialmente [[Linfonodo|nódulos linfáticos]] e [[víscera]]is. Geralmente é contraída pela boca. As lesões individuais iniciam-se com pequenos focos [[Necrose|necróticos]] que vão aumentando de tamanho até sobressaírem na superfície do órgão ou [[Glândula exócrina|glândula]] e quando cortados apresentam um [[pus]] fluido, espesso e denso.<ref name=":5" />
Tratando-se de sua participação na cadeia alimentar,este pequeno animal pode servir de alimento à mamíferos maiores,como por exemplo a [[jaguatirica]].<ref>{{Citar periódico|ultimo=Abreu|primeiro=Maury|ultimo2=Wieliczko|primeiro2=Andressa|ultimo3=Mesquita|primeiro3=Alex|ultimo4=Vieira|primeiro4=Emerson|data=2010-04-30|titulo=Consumo de pequenos mamíferos por canídeos simpátricos do sul do Brasil: sobreposição de nichos e seleção de presas|url=http://dx.doi.org/10.4013/nbc.2010.51.03|jornal=Neotropical Biology and Conservation|volume=5|numero=1|paginas=16–23|doi=10.4013/nbc.2010.51.03|issn=1809-9939}}</ref>
# [[Pneumonia]]: Enfermidade respiratória causada por [[bactérias]], provavelmente a mais comum, principalmente em se tratando dos preás de laboratório. Produzida pela [[Klebsiella pneumoniae]],[[Pasteurella multocida|Pasteurella Multocida,]] [[Bordetella bronchiseptica]], [[Streptococcus pyogenes]]. Os sintomas são [[espirro]]s, olhos lacrimejantes, [[tosse]], além do decaimento do animal. É uma [[Doença|enfermidade]] contagiosa, sendo necessária a separação dos animais afetados e às vezes até a destruição da [[Colónia|colônia]] e um recomeço com um novo grupo de animais.
# [[Abscesso]]s [[subcutâneo]]s: Enfermidades também comuns nos preás, causadas por qualquer um dos variados [[Género|gêneros]] de [[bactérias]].
# [[Linfadenopatia|Linfadenite]] cervical: Também bastante comum, é causada pelo [[Streptococcus]].<ref name=":5" />


=== Virais ===
É predado também por [[Ave de rapina|aves de rapina]], [[Cobra|cobras]], [[canídeos]] e felinos selvagens, bem como [[Cão|cães]] e [[Gato|gatos]] domésticos de propriedades rurais.

# [[Adenite|Adenite Salival]]: [[Inflamação]] e irritação das [[Glândula salivar|glândulas salivares]], também conhecida como [[parotidite]]. A [[Doença|enfermidade]] é simples e o animal se recupera completamente entre 7 e 14 dias.
# [[Coriomeningite linfocitária|Coriomeningite]]: Raramente ocorre em porquinhos-da-índia.
# [[Paralisia|Paralisia Infecciosa]]: Debilidade e [[paralisia]] gradual das extremidades, especialmente dos membros traseiros, podendo-se também paralisar a bexiga.
# [[Miosite|Miosite Infecciosa]]: [[Inflamação]] e [[edema]] nas patas traseiras. Não se sabe ao certo qual o [[vírus]] que a produz, podendo ser de origem [[Nutrição|dietética]] ou [[hereditária]].<ref name=":5" />

=== Parasitárias ===
Nos preás é muito difícil o aparecimento de [[Parasitose|parasitos]] internos. Já os [[Ectoparasita|ectoparasitos]], ou seja,[[Doença parasitária|parasitos]] externos, são encontrados com facilidade inclusive em animais de laboratório.<ref name=":5" />

# [[Piolho]]s – Vivem sobre as [[escama]]s da pele, causando [[Alergia|irritações]] consideráveis. Geralmente aglomeram-se ao redor das orelhas e ocasionam áreas nuas em consequência das picadas. É muito difícil a eliminação completa dos [[piolho]]s, mas são controlados através de [[Submerso|submersão]] e [[Pulverizador|pulverização]] com inseticidas apropriados.
# [[Ácaro|Ácaros e insetos]] : Os animais criados em laboratórios raramente são infestados por [[Ácaro|ácaros.]] Porém quando a criação é doméstica os preás estão mais propensos ao ataque dos [[parasita]]s. O controle é fácil e realizado através de [[Submerso|submersão]] e [[Pulverizador|pulverização]] em solução [[Sarna|sarnicida]] e [[inseticida]], as quais, se usadas em dosagem correta, não provocam nenhum tipo de [[Toxicidade|toxidade]] aos animais.<ref name=":5" />
# [[Eimeriose|Coccideose]]: Os [[protozoário]]s vivem no [[intestino]] e aí se reproduzem com velocidade, matando células [[Epitelial|epiteliais]] e deixando uma superfície [[Úlcera varicosa|ulcerada]], [[Edema|inchada]] e sangrando, não permitindo que o intestino funcione normalmente. Os animais recuperados normalmente são [[Sistema imunitário|imunes]], mas são portadores e a transmissão se dá pelas fezes de outros animais da mesma espécie.<ref name=":5" />
# [[Mucormicose]]: O causador e um [[bolor]] concentrado sobre o [[feno]] e [[Forragem animal|forragem]]. Os únicos sintomas geralmente observados são causados por [[infecção]] dos [[Linfonodo|nódulos linfáticos]] do [[mesentério]] pelo fungo, dando origem a uma grande massa [[Benignidade|benigna]] no [[Abdómen|abdome]].<ref name=":5" />

=== Carência de vitaminas ===

# [[Escorbuto]]:É a deficiência da [[Ácido ascórbico|Vitamina C]]. O [[escorbuto]] provoca um transtorno no [[tecido conjuntivo]] produzindo [[hemorragia]]s, especialmente ao redor das costelas e articulações, assim como [[rigidez]] nas partes traseiras com [[inflamação]] e [[hemorragia]] na planta das patas. Os principais sintomas são dificuldade para andar, perda de peso constante e pelo sem brilho. Com o tempo aparecem[[Articulação|articulações]] inflamadas e [[gengiva]]s sangrando ao redor dos dentes que ficam soltos.<ref name=":5" />

== Reprodução ==
Com dois a três meses de idade esse animal já está apto a se [[Reprodução|reproduzir]], por isso, é conveniente separar os sexos na época da [[Desmame|desmama]]. Para o [[macho]], o ideal é iniciar a idade reprodutiva com oito meses de idade e para a [[fêmea]] a partir dos cinco meses.<ref name=":5" />

O [[cio]] do prea dura entre seis e onze dias. Quando ocorre o [[Cruzamento|cruzament]]<nowiki/>o, a fêmea entrará num período de [[gestação]] média de 68 dias. Quando os filhotes nascem (média de 2 a 3), a fêmea pode novamente entrar no [[cio]] em seis a oito horas após o [[parto]]. No período de gestação é muito importante tomar cuidado com as [[fêmea]]s, evitando o seu manuseio. Pode ocorrer ocasionalmente [[Parto pré-termo|partos prematuros]] onde a fêmea venha a perder parte ou todos os filhotes.<ref name=":5" /> Isto pode ocorrer por vários fatores, veja a seguir alguns deles:

* Número grande de animais na mesma gaiola;
* Manipular muitas fêmeas [[gestante]]s;
* Brigas, sustos ou trasporte longos;
* Cruzar fêmeas jovens;
* Frequência demasiada de [[Reprodução|cruzas]]
* Outro fator importante na [[reprodução]] é a [[alimentação]], que deve ser racional e de acordo com as necessidades das fêmeas [[Gravidez|gestantes]].<ref name=":5" />

== Participação na cadeia alimentar ==
Tratando-se de sua participação na cadeia alimentar,este pequeno animal pode servir de alimento à mamíferos maiores,como por exemplo a [[jaguatirica]]. É predado também por [[Ave de rapina|aves de rapina]], [[cobra]]s, [[canídeos]] e felinos selvagens, bem como [[Cão|cães]] e [[gato]]s domésticos de propriedades rurais.<ref name=":3" />


== Subespécies ==
== Subespécies ==
São reconhecidas as seguintes subspécies:


*''[[Cavia aperea anolaimae]]'' ([[Colômbia]])
*''[[Cavia aperea anolaimae]]'' ([[Colômbia]])
Linha 60: Linha 199:
*''[[Cavia aperea festina]]'' ([[Peru]])
*''[[Cavia aperea festina]]'' ([[Peru]])
*''[[Cavia aperea hypoleuca]]'' ([[Paraguai]])
*''[[Cavia aperea hypoleuca]]'' ([[Paraguai]])
*''[[Cavia aperea osgoodi]]'' (Peru)
*''[[Cavia aperea osgoodi]]'' ([[Peru]])
*''[[Cavia aperea pamparum]]'' ([[Argentina]] e [[Uruguai]])
*''[[Cavia aperea pamparum]]'' ([[Argentina]] e [[Uruguai]])
*''[[Cavia aperea resida]]'' ([[Brasil]])
*''[[Cavia aperea resida]]'' ([[Brasil]])
*''[[Cavia aperea sodalis]]'' (Bolívia)
*''[[Cavia aperea sodalis]]'' ([[Bolívia]])
*''[[Cavia aperea northiski safade]]'' (Brasil)
*''[[Cavia aperea northiski safade]]'' ([[Brasil]])


== Cultura popular ==
== Cultura popular ==
Pode-se lembrar desse mamífero em uma grande obra de [[Graciliano Ramos]], '[[Vidas Secas|<nowiki>'Vidas Secas''</nowiki>]]. Em um dos capítulos, Baleia, [[personagem]] descrita no livro como animal de [[estimação]] da família, sonha à beira da morte com o seu paraíso. Esse paraíso para ela, era <nowiki>''um mundo cheio de preás''</nowiki>, assim os roedores serviriam de alimento para ela e para a família e eles então não sofreriam com a fome instalada pela seca. Vale lembrar que a história se retrata no interior do nordeste brasileiro, local onde este tipo de roedor é encontrado.
Pode-se lembrar desse mamífero em uma grande obra de [[Graciliano Ramos]], '[[Vidas Secas|<nowiki>'Vidas Secas''</nowiki>]]. Em um dos capítulos, Baleia, [[personagem]] descrita no livro como animal de [[estimação]] da família, sonha à beira da morte com o seu paraíso. Esse paraíso para ela, era <nowiki>''um mundo cheio de preás''</nowiki>, assim os [[roedores]] serviriam de alimento para ela e para a família e eles então não sofreriam com a fome instalada pela seca. Vale lembrar que a história se retrata no interior do [[nordeste]] brasileiro, local onde este tipo de [[Roedores|roedor]] é encontrado.<ref>{{Citar web|titulo=Vidas Secas: análise detalhada e resumo da obra de Graciliano Ramos|url=https://www.culturagenial.com/livro-vidas-secas-de-graciliano-ramos/|obra=Cultura Genial|acessodata=2019-08-22|lingua=pt-br}}</ref>
[[Ficheiro:CapaVidasSecas 1ed censored.jpg|miniaturadaimagem|Capa do livro vidas secas de Graciliano Ramos|237x237px]]
[[Ficheiro:CapaVidasSecas 1ed censored.jpg|miniaturadaimagem|Capa do livro vidas secas de Graciliano Ramos|237x237px]]


== Status ==
== Status ==
O preá brasileira tem uma ampla gama e nenhuma ameaça particular foi identificada. É uma espécie comum com uma população estável e, além de viver em [[Cerrado|cerrados]], é capaz de se adaptar a habitats fechados,como a [[Mata Atlântica|mata atlântica]] no sul da Bahia, nessa região se encontra ameaçado de acordo com a lista vermelha da Bahia <ref>{{Citar web|titulo=Lista vermelha da Bahia - Avaliação do Estado de Conservação da Fauna e Flora do Estado da Bahia|url=http://www.listavermelhabahia.org.br/|obra=www.listavermelhabahia.org.br|acessodata=2019-08-08}}</ref>. Por estas razões, a União Internacional para a Conservação da Natureza<ref>{{Citar web|titulo=The IUCN Red List of Threatened Species|url=https://www.iucnredlist.org/en|obra=IUCN Red List of Threatened Species|acessodata=2019-08-08}}</ref> classificou o seu estado de conservação como "menos preocupante".
O preá brasileira tem uma ampla gama e nenhuma ameaça particular foi identificada. É uma espécie comum com uma população estável e, além de viver em [[cerrado]]s, é capaz de se adaptar a habitats fechados,como a [[Mata Atlântica|mata atlântica]] no sul da Bahia, nessa região se encontra ameaçado de acordo com a lista vermelha da Bahia <ref>{{Citar web|titulo=Lista vermelha da Bahia - Avaliação do Estado de Conservação da Fauna e Flora do Estado da Bahia|url=http://www.listavermelhabahia.org.br/|obra=www.listavermelhabahia.org.br|acessodata=2019-08-08}}</ref>. Por estas razões, a União Internacional para a Conservação da Natureza<ref name=":4">{{Citar web|titulo=The IUCN Red List of Threatened Species|url=https://www.iucnredlist.org/en|obra=IUCN Red List of Threatened Species|acessodata=2019-08-08}}</ref> classificou o seu estado de conservação como "menos preocupante".<ref name=":4" />


== Referências ==
== Referências ==
<references />
<references />

{{Wikispecies|Cavia aperea}}


=== Bibliografia ===
=== Bibliografia ===
* WOODS, C. A.; KILPATRICK, C. W. ''Infraorder Hystricognathi''. In: WILSON, D. E.; REEDER, D. M. (Eds.). '''Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference'''. 3. ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2005. v. 2, p.&nbsp;1538-1600.
* WOODS, C. A.; KILPATRICK, C. W. ''Infraorder Hystricognathi''. In: WILSON, D. E.; REEDER, D. M. (Eds.). '''Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference'''. 3. ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2005. v. 2, p.&nbsp;1538-1600.
* DUNNUM, J.; ZEBALLOS, H.; VARGAS, J.; BERNAL, N.; BRITO, D.; QUEIROLO, D.; PARDINAS, U.; D'ELIA, G. 2008. ''[http://www.iucnredlist.org/details/86257782/0 Cavia aperea]''. In: IUCN 2008. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. [http://www.iucnredlist.org <www.iucnredlist.org>]. Acessado em 20 de julho de 2018
* DUNNUM, J.; ZEBALLOS, H.; VARGAS, J.; BERNAL, N.; BRITO, D.; QUEIROLO, D.; PARDINAS, U.; D'ELIA, G. 2008. ''[http://apiv3.iucnredlist.org/api/v3/website/Cavia%20aperea Cavia aperea]''. In: IUCN 2008. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. [http://www.iucnredlist.org <www.iucnredlist.org>]. Acessado em 20 de julho de 2018


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Como ler uma infocaixa de taxonomiaPreá
Preá no Zoológico de Francoforte, na Alemanha
Preá no Zoológico de Francoforte, na Alemanha
Estado de conservação
Quase ameaçada
Quase ameaçada (IUCN 3.1)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Família: Caviidae
Subfamília: Caviinae
Género: Cavia
Espécie: C. aperea
Nome binomial
Cavia aperea
Erxleben, 1777
Distribuição geográfica

Cavia aperea, também chamado de preá, pereá, piriá ou bengo,[1] é um roedor do gênero Cavia, família dos caviídeos. Mede cerca de 25 cm de comprimento. Possuem pelagem cinzenta, corpo robusto, patas e orelhas curtas, incisivos brancos e cauda ausente. É aparentado com o porquinho-da-índia (Cavia porcellus). Possuem comportamento social, hábitos matutinos e noturnos.[2] É encontrado na Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Em algumas regiões do Brasil é criado e usado como alimento.

"Preá" se originou do termo tupi apere'á.[3]

Seus hábitos são basicamente noturnos. De hábitos sociais bem marcados, o preá só abandona suas tocas à noite, em pequenos bandos, por trilhas que em geral já conhece. É arisco e evita os descampados nessas incursões noturnas em busca do capim novo e dos brotos e folhas de que se nutre. São animais herbívoros, alimentando-se normalmente de ervas, folhas secas, casca de árvore, frutas e sementes.[4] Os baixos levantamentos de registros dessa espécie de mamífero, pode ser explicado por seus hábitos alimentares.[5]

Algo interessante a se destacar é que os preás não consomem alface, pois o mesmo causa problemas intestinais no animal.[2]

Certas vezes, um preá pode ficar enciumado de sua parceira, o que leva a conflitos internos no grupo.

Cavia aperea é um herbívoro e se alimenta de gramíneas e outras ervas. É diurno, principalmente emergindo no início da manhã para forragear e novamente à noite. Eles não escavam tocas, mas sim complexos labirintos de túneis na superfície que possuem de 8 a 12 cm de largura. Possui áreas de latrinas ao lado dos trilhos, onde pilhas de excremento em formato de feijão podem ser vistas, assim como pilhas de hastes de grama cortadas.[6]

Esta espécie é muito variável, podendo habitar pastagens secas, savanas úmidas, bosques de cerrado e matas de galeria.[7]

Com características comuns à sua família, é natural nessas espécies a ausência de cauda e a presença de pelos densos, mas sem espinhos na cobertura do corpo. O preá possui o canal dos dentes abertos, o que provoca o crescimento deles. Acompanhadas de grandes unhas afiadas, as patas traseiras possuem três dedos e as dianteiras quatro.[8]

O animal é completamente herbívoro e sua principal fonte de energia é o capim. Até por conta disso, é comum ser encontrado próximo a riachos, brejos, córregos e rios.

Cavia aperea

Ainda nessas regiões é comum vê-los construir os ninhos próximos de moitas. Lá, realizam a reprodução. O período de gestação dura dois meses, aproximadamente, e, em média, nascem dois filhotes. Em cada grupo, cinco a dez indivíduos definem uma liderança através de uma hierarquia bem definida.[8]

Dados biológicos[9]
Dados biológicos Quantificação
1 Maturidade sexual 55-90 dias
2 Período de gestação 59-75 dias(média 68)
3 Cio 12-18 dias
4 Duração do cio 6-11 dias
5 Retorno do cio pós-parto 6-8 dias
6 Época de cruzamento Ano todo
7 Idade mínima para acasalamento 12 semanas
8 Peso no nascimento 60 a 100 gramas
9 Peso do adulto 500 a 600 gramas
10 Peso máximo alcançado 1.5 quilogramas
11 Tamanho quando adulto 25 a 30 centímetros
12 Quantidade de crias por ninhada 2-3 filhotes
13 Idade de desmama 14-20 dias
14 Início da alimentação sólida 1-5 dias
15 Vida útil da fêmea 2-4 anos
16 Vida útil do macho 4 anos
17 Frequência respiratória 69-104 por minuto
18 Batimentos cardíacos 260-400 por minuto
19 Média da pressão sanguínea 81-90mm
20 Temperatura corporal 38.5 graus
21 Leucócitos 10.000/mm3
22 Hemácias 4,5-7 milhões por mm3
23 Hematócrito 42%
24 Hemoglobina 12,35%
Osteologia do cavia aperea

Os preás são animais resistentes às doenças porém, podem sofrer de algumas enfermidades. Normalmente quando o animal está doente ele se torna triste e seus pêlos ficam secos e arrepiados.[9] Dentre as que podem eventualmente aparecer numa criação estão as seguintes:

  1. Salmonelose: produzida pela Salmonella Typhi (a mais comum, ainda que também por outros tipos de Salmonella com sintomatologia muito similar). É uma enfermidade que se difunde rapidamente produzindo alta mortalidade, principalmente para os animais em crescimento. É provavelmente a mais letal de todas as enfermidades dos preás.
  2. Pseudo tuberculose: Produzida pela Yersinia pseudotuberculosis. É uma enfermidade crônica caracterizada por nódulos sebosos, especialmente nódulos linfáticos e víscerais. Geralmente é contraída pela boca. As lesões individuais iniciam-se com pequenos focos necróticos que vão aumentando de tamanho até sobressaírem na superfície do órgão ou glândula e quando cortados apresentam um pus fluido, espesso e denso.[9]
  3. Pneumonia: Enfermidade respiratória causada por bactérias, provavelmente a mais comum, principalmente em se tratando dos preás de laboratório. Produzida pela Klebsiella pneumoniae,Pasteurella Multocida, Bordetella bronchiseptica, Streptococcus pyogenes. Os sintomas são espirros, olhos lacrimejantes, tosse, além do decaimento do animal. É uma enfermidade contagiosa, sendo necessária a separação dos animais afetados e às vezes até a destruição da colônia e um recomeço com um novo grupo de animais.
  4. Abscessos subcutâneos: Enfermidades também comuns nos preás, causadas por qualquer um dos variados gêneros de bactérias.
  5. Linfadenite cervical: Também bastante comum, é causada pelo Streptococcus.[9]
  1. Adenite Salival: Inflamação e irritação das glândulas salivares, também conhecida como parotidite. A enfermidade é simples e o animal se recupera completamente entre 7 e 14 dias.
  2. Coriomeningite: Raramente ocorre em porquinhos-da-índia.
  3. Paralisia Infecciosa: Debilidade e paralisia gradual das extremidades, especialmente dos membros traseiros, podendo-se também paralisar a bexiga.
  4. Miosite Infecciosa: Inflamação e edema nas patas traseiras. Não se sabe ao certo qual o vírus que a produz, podendo ser de origem dietética ou hereditária.[9]

Parasitárias

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Nos preás é muito difícil o aparecimento de parasitos internos. Já os ectoparasitos, ou seja,parasitos externos, são encontrados com facilidade inclusive em animais de laboratório.[9]

  1. Piolhos – Vivem sobre as escamas da pele, causando irritações consideráveis. Geralmente aglomeram-se ao redor das orelhas e ocasionam áreas nuas em consequência das picadas. É muito difícil a eliminação completa dos piolhos, mas são controlados através de submersão e pulverização com inseticidas apropriados.
  2. Ácaros e insetos : Os animais criados em laboratórios raramente são infestados por ácaros. Porém quando a criação é doméstica os preás estão mais propensos ao ataque dos parasitas. O controle é fácil e realizado através de submersão e pulverização em solução sarnicida e inseticida, as quais, se usadas em dosagem correta, não provocam nenhum tipo de toxidade aos animais.[9]
  3. Coccideose: Os protozoários vivem no intestino e aí se reproduzem com velocidade, matando células epiteliais e deixando uma superfície ulcerada, inchada e sangrando, não permitindo que o intestino funcione normalmente. Os animais recuperados normalmente são imunes, mas são portadores e a transmissão se dá pelas fezes de outros animais da mesma espécie.[9]
  4. Mucormicose: O causador e um bolor concentrado sobre o feno e forragem. Os únicos sintomas geralmente observados são causados por infecção dos nódulos linfáticos do mesentério pelo fungo, dando origem a uma grande massa benigna no abdome.[9]

Carência de vitaminas

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  1. Escorbuto:É a deficiência da Vitamina C. O escorbuto provoca um transtorno no tecido conjuntivo produzindo hemorragias, especialmente ao redor das costelas e articulações, assim como rigidez nas partes traseiras com inflamação e hemorragia na planta das patas. Os principais sintomas são dificuldade para andar, perda de peso constante e pelo sem brilho. Com o tempo aparecemarticulações inflamadas e gengivas sangrando ao redor dos dentes que ficam soltos.[9]

Com dois a três meses de idade esse animal já está apto a se reproduzir, por isso, é conveniente separar os sexos na época da desmama. Para o macho, o ideal é iniciar a idade reprodutiva com oito meses de idade e para a fêmea a partir dos cinco meses.[9]

O cio do prea dura entre seis e onze dias. Quando ocorre o cruzamento, a fêmea entrará num período de gestação média de 68 dias. Quando os filhotes nascem (média de 2 a 3), a fêmea pode novamente entrar no cio em seis a oito horas após o parto. No período de gestação é muito importante tomar cuidado com as fêmeas, evitando o seu manuseio. Pode ocorrer ocasionalmente partos prematuros onde a fêmea venha a perder parte ou todos os filhotes.[9] Isto pode ocorrer por vários fatores, veja a seguir alguns deles:

  • Número grande de animais na mesma gaiola;
  • Manipular muitas fêmeas gestantes;
  • Brigas, sustos ou trasporte longos;
  • Cruzar fêmeas jovens;
  • Frequência demasiada de cruzas
  • Outro fator importante na reprodução é a alimentação, que deve ser racional e de acordo com as necessidades das fêmeas gestantes.[9]

Participação na cadeia alimentar

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Tratando-se de sua participação na cadeia alimentar,este pequeno animal pode servir de alimento à mamíferos maiores,como por exemplo a jaguatirica. É predado também por aves de rapina, cobras, canídeos e felinos selvagens, bem como cães e gatos domésticos de propriedades rurais.[6]

São reconhecidas as seguintes subspécies:

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Pode-se lembrar desse mamífero em uma grande obra de Graciliano Ramos, ''Vidas Secas''. Em um dos capítulos, Baleia, personagem descrita no livro como animal de estimação da família, sonha à beira da morte com o seu paraíso. Esse paraíso para ela, era ''um mundo cheio de preás'', assim os roedores serviriam de alimento para ela e para a família e eles então não sofreriam com a fome instalada pela seca. Vale lembrar que a história se retrata no interior do nordeste brasileiro, local onde este tipo de roedor é encontrado.[10]

Capa do livro vidas secas de Graciliano Ramos

O preá brasileira tem uma ampla gama e nenhuma ameaça particular foi identificada. É uma espécie comum com uma população estável e, além de viver em cerrados, é capaz de se adaptar a habitats fechados,como a mata atlântica no sul da Bahia, nessa região se encontra ameaçado de acordo com a lista vermelha da Bahia [11]. Por estas razões, a União Internacional para a Conservação da Natureza[12] classificou o seu estado de conservação como "menos preocupante".[12]

  1. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 378.
  2. a b «Preá. Definição, fotos e vídeos». Conhecimento Geral (em inglês). 7 de outubro de 2016. Consultado em 8 de agosto de 2019 
  3. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 141, 1 378.
  4. Terra, Rio Doce. «# Préa ou Piriá». Rio Doce Terra 
  5. «Pequenos mamíferos não voadores em fragmentos de Mata Atlântica e áreas agrícolas em Viana, Espírito Santo, Brasil» (PDF). Israel de Souza Pinto, Ana Carolina Covre Loss, Aloísio Falqueto & Yuri Luiz Reis Leite 
  6. a b Eisenberg, John F.; Redford, Kent H. (1989). Mammals of the Neotropics, Volume 3: Ecuador, Bolivia, Brazil (em inglês). [S.l.]: University of Chicago Press. ISBN 9780226195421 
  7. «Cavia aperea (Brazilian Guinea Pig)». www.iucnredlist.org. Consultado em 10 de maio de 2018 
  8. a b «Preá é um mamífero comum em quase todo o Brasil». G1. Consultado em 8 de agosto de 2019 
  9. a b c d e f g h i j k l m «Porquinho-da-Índia ou Preá». Saúde Animal. 28 de novembro de 2015. Consultado em 15 de agosto de 2019 
  10. «Vidas Secas: análise detalhada e resumo da obra de Graciliano Ramos». Cultura Genial. Consultado em 22 de agosto de 2019 
  11. «Lista vermelha da Bahia - Avaliação do Estado de Conservação da Fauna e Flora do Estado da Bahia». www.listavermelhabahia.org.br. Consultado em 8 de agosto de 2019 
  12. a b «The IUCN Red List of Threatened Species». IUCN Red List of Threatened Species. Consultado em 8 de agosto de 2019 
Wikispecies
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Cavia aperea
  • WOODS, C. A.; KILPATRICK, C. W. Infraorder Hystricognathi. In: WILSON, D. E.; REEDER, D. M. (Eds.). Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference. 3. ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2005. v. 2, p. 1538-1600.
  • DUNNUM, J.; ZEBALLOS, H.; VARGAS, J.; BERNAL, N.; BRITO, D.; QUEIROLO, D.; PARDINAS, U.; D'ELIA, G. 2008. Cavia aperea. In: IUCN 2008. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org>. Acessado em 20 de julho de 2018
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