Cavia aperea: diferenças entre revisões
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Com características comuns à sua família, é natural nessas espécies a ausência de [[cauda]] e a presença de pelos [[Denso|densos,]] mas sem espinhos na cobertura do corpo. O preá possui o canal dos dentes abertos, o que provoca o crescimento deles. Acompanhadas de grandes unhas afiadas, as patas traseiras possuem três dedos e as dianteiras quatro. |
Com características comuns à sua família, é natural nessas espécies a ausência de [[cauda]] e a presença de pelos [[Denso|densos,]] mas sem espinhos na cobertura do corpo. O preá possui o canal dos dentes abertos, o que provoca o crescimento deles. Acompanhadas de grandes unhas afiadas, as patas traseiras possuem três dedos e as dianteiras quatro. |
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Com tantos artifícios para uma boa caça, o preá se limita a uma dieta mais “fitness”. O animal é completamente herbívoro e sua principal fonte de energia é o capim. Até por conta disso, é comum ser encontrado próximo a riachos, brejos, córregos e rios.<ref>{{Citar web|titulo=Preá é um mamífero comum em quase todo o Brasil|url=https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2018/07/31/prea-e-um-mamifero-comum-em-quase-todo-o-brasil.ghtml|obra=G1|acessodata=2019-08-08|lingua=pt-br}}</ref> |
Com tantos [[Artifício|artifícios]] para uma boa caça, o preá se limita a uma dieta mais [[Fitness|“fitness”]]. O animal é completamente [[herbívoro]] e sua principal fonte de energia é o capim. Até por conta disso, é comum ser encontrado próximo a riachos, brejos, [[Córrego|córregos]] e rios.<ref>{{Citar web|titulo=Preá é um mamífero comum em quase todo o Brasil|url=https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2018/07/31/prea-e-um-mamifero-comum-em-quase-todo-o-brasil.ghtml|obra=G1|acessodata=2019-08-08|lingua=pt-br}}</ref> |
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Ainda nessas regiões é comum vê-los construir os ninhos próximos de moitas. Lá, realizam a reprodução. O período de gestação dura dois meses, aproximadamente, e, em média, nascem dois filhotes. Em cada grupo, cinco a dez indivíduos definem uma liderança através de uma hierarquia bem definida. |
Ainda nessas regiões é comum vê-los construir os ninhos próximos de moitas. Lá, realizam a reprodução. O período de [[gestação]] dura dois meses, aproximadamente, e, em média, nascem dois filhotes. Em cada grupo, cinco a dez indivíduos definem uma liderança através de uma hierarquia bem definida. |
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[[Ficheiro:Die vergleichende Osteologie (1821) Cavia aperea.jpg|miniaturadaimagem|Osteologia do Cavia aperea]] |
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== Cultura popular == |
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Pode-se lembrar desse mamífero em uma grande obra de [[Graciliano Ramos]], '[[Vidas Secas|<nowiki>'Vidas Secas''</nowiki>]]. Em um dos capítulos, Baleia, [[personagem]] descrita no livro como animal de [[estimação]] da família, sonha à beira da morte com o seu paraíso. Esse paraíso para ela, era <nowiki>''um mundo cheio de preás''</nowiki>, assim os roedores serviriam de alimento para ela e para a família e eles então não sofreriam com a fome instalada pela seca. Vale lembrar que a história se retrata no interior do nordeste brasileiro, local onde este tipo de roedor é encontrado. |
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[[Ficheiro:CapaVidasSecas 1ed censored.jpg|miniaturadaimagem|Capa do livro vidas secas de Graciliano Ramos|237x237px]] |
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Revisão das 16h52min de 15 de agosto de 2019
Preá | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Cavia aperea Erxleben, 1777 | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Cavia aperea, também chamado de preá ou bengo,[1] é um roedor de ampla distribuição na América do Sul, do gênero Cavia, família dos caviídeos. Mede cerca de 25 cm de comprimento. Possuem pelagem cinzenta, corpo robusto, patas e orelhas curtas, incisivos brancos e cauda ausente. É aparentado com o porquinho-da-índia (Cavia porcellus). Em algumas regiões do Brasil é criado e usado como alimento.Possuem comportamento social,hábitos matutinos e noturnos.[2]
Etimologia
"Preá" se originou do termo tupi apere'á[3]
Pequeno roedor, encontrado na região nordeste do Brasil[4]
Hábitos
Seus hábitos são basicamente noturnos. De hábitos sociais bem marcados, o preá só abandona suas tocas à noite, em pequenos bandos, por trilhas que em geral já conhece. É arisco e evita os descampados nessas incursões noturnas em busca do capim novo e dos brotos e folhas de que se nutre.São animais estritamente vegetarianos, alimentando-se normalmente de ervas,folhas secas,casca de árvore,frutas e sementes.[5]Os baixos levantamentos de registros dessa espécie de mamífero,pode ser explicado por seus hábitos alimentares.[6]
Algo interessante a se destacar é que os preás não consomem alface[2], pois o mesmo causa problemas intestinais no animal.
Certas vezes, um preá pode ficar enciumado de sua parceira, o que leva a conflitos internos no grupo.
Cavia aperea é um herbívoro e se alimenta de gramíneas e outras ervas. É diurno, principalmente emergindo no início da manhã para forragear e novamente à noite. Eles não escavam tocas, mais sim complexos labirintos de túneis na superfície que possuem de 8 a 12 cm de largura.Possui áreas de latrinas ao lado dos trilhos,onde pilhas de excremento em formato de feijão podem ser vistas,assim como pilhas de hastes de grama cortadas[7].
Esta espécie é muito variável,podendo habitar pastagens secas,savanas úmidas,bosques de cerrado e matas de galeria.[8]
Descrição
Com características comuns à sua família, é natural nessas espécies a ausência de cauda e a presença de pelos densos, mas sem espinhos na cobertura do corpo. O preá possui o canal dos dentes abertos, o que provoca o crescimento deles. Acompanhadas de grandes unhas afiadas, as patas traseiras possuem três dedos e as dianteiras quatro.
Com tantos artifícios para uma boa caça, o preá se limita a uma dieta mais “fitness”. O animal é completamente herbívoro e sua principal fonte de energia é o capim. Até por conta disso, é comum ser encontrado próximo a riachos, brejos, córregos e rios.[9]
Ainda nessas regiões é comum vê-los construir os ninhos próximos de moitas. Lá, realizam a reprodução. O período de gestação dura dois meses, aproximadamente, e, em média, nascem dois filhotes. Em cada grupo, cinco a dez indivíduos definem uma liderança através de uma hierarquia bem definida.
- Têm uma expectativa de vida de 5 a 6 anos;
- Seus dentes crescem sem parar ao longo da vida toda;
- Por serem presas na natureza, são bastante desconfiados e assustados;
- Em vez de ter longas horas de sono, preferem tirar vários cochilos ao longo do dia.
Participação na cadeia alimentar
Tratando-se de sua participação na cadeia alimentar,este pequeno animal pode servir de alimento à mamíferos maiores,como por exemplo a jaguatirica.[10]
É predado também por aves de rapina, cobras, canídeos e felinos selvagens, bem como cães e gatos domésticos de propriedades rurais.
Subespécies
- Cavia aperea anolaimae (Colômbia)
- Cavia aperea guianae (Venezuela e Guiana)
- Cavia aperea nana (Bolívia)
- Cavia aperea festina (Peru)
- Cavia aperea hypoleuca (Paraguai)
- Cavia aperea osgoodi (Peru)
- Cavia aperea pamparum (Argentina e Uruguai)
- Cavia aperea resida (Brasil)
- Cavia aperea sodalis (Bolívia)
- Cavia aperea northiski safade (Brasil)
Cultura popular
Pode-se lembrar desse mamífero em uma grande obra de Graciliano Ramos, ''Vidas Secas''. Em um dos capítulos, Baleia, personagem descrita no livro como animal de estimação da família, sonha à beira da morte com o seu paraíso. Esse paraíso para ela, era ''um mundo cheio de preás'', assim os roedores serviriam de alimento para ela e para a família e eles então não sofreriam com a fome instalada pela seca. Vale lembrar que a história se retrata no interior do nordeste brasileiro, local onde este tipo de roedor é encontrado.
Status
O preá brasileira tem uma ampla gama e nenhuma ameaça particular foi identificada. É uma espécie comum com uma população estável e, além de viver em cerrados, é capaz de se adaptar a habitats fechados,como a mata atlântica no sul da Bahia, nessa região se encontra ameaçado de acordo com a lista vermelha da Bahia [11]. Por estas razões, a União Internacional para a Conservação da Natureza[12] classificou o seu estado de conservação como "menos preocupante".
Referências
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 378.
- ↑ a b «Preá. Definição, fotos e vídeos». Conhecimento Geral (em inglês). 7 de outubro de 2016. Consultado em 8 de agosto de 2019
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 141, 1 378.
- ↑ «preá - Wikcionário». pt.wiktionary.org. Consultado em 8 de agosto de 2019
- ↑ Terra, Rio Doce. «# Préa ou Piriá». Rio Doce Terra
- ↑ «Pequenos mamíferos não voadores em fragmentos de Mata Atlântica e áreas agrícolas em Viana, Espírito Santo, Brasil» (PDF). Israel de Souza Pinto, Ana Carolina Covre Loss, Aloísio Falqueto & Yuri Luiz Reis Leite
- ↑ Eisenberg, John F.; Redford, Kent H. (1989). Mammals of the Neotropics, Volume 3: Ecuador, Bolivia, Brazil (em inglês). [S.l.]: University of Chicago Press. ISBN 9780226195421
- ↑ «Cavia aperea (Brazilian Guinea Pig)». www.iucnredlist.org. Consultado em 10 de maio de 2018
- ↑ «Preá é um mamífero comum em quase todo o Brasil». G1. Consultado em 8 de agosto de 2019
- ↑ Abreu, Maury; Wieliczko, Andressa; Mesquita, Alex; Vieira, Emerson (30 de abril de 2010). «Consumo de pequenos mamíferos por canídeos simpátricos do sul do Brasil: sobreposição de nichos e seleção de presas». Neotropical Biology and Conservation. 5 (1): 16–23. ISSN 1809-9939. doi:10.4013/nbc.2010.51.03
- ↑ «Lista vermelha da Bahia - Avaliação do Estado de Conservação da Fauna e Flora do Estado da Bahia». www.listavermelhabahia.org.br. Consultado em 8 de agosto de 2019
- ↑ «The IUCN Red List of Threatened Species». IUCN Red List of Threatened Species. Consultado em 8 de agosto de 2019
Bibliografia
- WOODS, C. A.; KILPATRICK, C. W. Infraorder Hystricognathi. In: WILSON, D. E.; REEDER, D. M. (Eds.). Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference. 3. ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2005. v. 2, p. 1538-1600.
- DUNNUM, J.; ZEBALLOS, H.; VARGAS, J.; BERNAL, N.; BRITO, D.; QUEIROLO, D.; PARDINAS, U.; D'ELIA, G. 2008. Cavia aperea. In: IUCN 2008. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org>. Acessado em 20 de julho de 2018