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Cavia aperea, também chamado de preá ou bengo,[1] é um roedor de ampla distribuição na América do Sul, do gênero Cavia, família dos caviídeos. Mede cerca de 25 cm de comprimento. Possuem pelagem cinzenta, corpo robusto, patas e orelhas curtas, incisivos brancos e cauda ausente. É aparentado com o porquinho-da-índia (Cavia porcellus). Em algumas regiões do Brasil é criado e usado como alimento.Possuem comportamento social,hábitos matutinos e noturnos.[2]
Seus hábitos são basicamente noturnos. De hábitos sociais bem marcados, o preá só abandona suas tocas à noite, em pequenos bandos, por trilhas que em geral já conhece. É arisco e evita os descampados nessas incursões noturnas em busca do capim novo e dos brotos e folhas de que se nutre.São animais estritamente vegetarianos, alimentando-se normalmente de ervas,folhas secas,casca de árvore,frutas e sementes.[5]Os baixos levantamentos de registros dessa espécie de mamífero,pode ser explicado por seus hábitos alimentares.[6]
Algo interessante a se destacar é que os preás não consomem alface[2],pois o mesmo causa problemas intestinais no animal.
Certas vezes, um preá pode ficar enciumado de sua parceira, o que leva a conflitos internos no grupo.
Cavia aperea é um herbívoro e se alimenta de gramíneas e outras ervas. É diurno, principalmente emergindo no início da manhã para forragear e novamente à noite. Eles não escavam tocas, mais sim complexos labirintos de túneis na superfície que possuem de 8 a 12 cm de largura.Possui áreas de latrinas ao lado dos trilhos,onde pilhas de excremento em formato de feijão podem ser vistas,assim como pilhas de hastes de grama cortadas[7].
Esta espécie é muito variável,podendo habitar pastagens secas,savanas úmidas,bosques de cerrado e matas de galeria.[8]
Descrição
Com características comuns à sua família, é natural nessas espécies a ausência de cauda e a presença de pelos densos, mas sem espinhos na cobertura do corpo. O preá possui o canal dos dentes abertos, o que provoca o crescimento deles. Acompanhadas de grandes unhas afiadas, as patas traseiras possuem três dedos e as dianteiras quatro.
Com tantos artifícios para uma boa caça, o preá se limita a uma dieta mais “fitness”. O animal é completamente herbívoro e sua principal fonte de energia é o capim. Até por conta disso, é comum ser encontrado próximo a riachos, brejos, córregos e rios.[9]
Ainda nessas regiões é comum vê-los construir os ninhos próximos de moitas. Lá, realizam a reprodução. O período de gestação dura dois meses, aproximadamente, e, em média, nascem dois filhotes. Em cada grupo, cinco a dez indivíduos definem uma liderança através de uma hierarquia bem definida.
Os preás são animais resistentes às doenças porém,podem sofrer de algumas enfermidades. Normalmente quando o animal está doente ele se torna triste e seus pêlos ficam secos e arrepiados[11]. Dentre as que podem eventualmente aparecer numa criação estão as seguintes:
BACTERIANAS
1 – Salmonelose: produzida pela Salmonella Typhi (a mais comum, ainda que também por outros tipos de Salmonella com sintomatologia muito similar). É uma enfermidade que se difunde rapidamente produzindo alta mortalidade, principalmente para os animais em crescimento. É provavelmente a mais letal de todas as enfermidades dos preás.
Nos preás é muito difícil o aparecimento de parasitos internos. Já os ectoparasitos, ou seja,parasitos externos, são encontrados com facilidade inclusive em animais de laboratório.
ENTRE OS MAIS COMUNS ESTÃO:
1 – Piolhos – Vivem sobre as escamas da pele, causando irritações consideráveis. Geralmente aglomeram-se ao redor das orelhas e ocasionam áreas nuas em consequência das picadas. É muito difícil a eliminação completa dos piolhos, mas são controlados através de submersão e pulverização com inseticidas apropriados.
2 – Ácaros e insetos : Os animais criados em laboratórios raramente são infestados por ácaros. Porém quando a criação é doméstica os preás estão mais propensos ao ataque dos parasitas. O controle é fácil e realizado através de submersão e pulverização em solução sarnicida e inseticida, as quais, se usadas em dosagem correta, não provocam nenhum tipo de toxidade aos animais.[11]
1 – Escorbuto:É a deficiência da Vitamina C. O escorbuto provoca um transtorno no tecido conjuntivo produzindo hemorragias, especialmente ao redor das costelas e articulações, assim como rigidez nas partes traseiras com inflamação e hemorragia na planta das patas. Os principais sintomas são dificuldade para andar, perda de peso constante e pelo sem brilho. Com o tempo aparecemarticulações inflamadas e gengivas sangrando ao redor dos dentes que ficam soltos.[11]
Reprodução
Com dois a três meses de idade esse animal já está apto a se reproduzir, por isso, é conveniente separar os sexos na época da desmama. Para o macho, o ideal é iniciar a idade reprodutiva com oito meses de idade e para a fêmea a partir dos cinco meses.[11]
O cio do porquinho-da-índia dura entre seis e onze dias. Quando ocorre o cruzamento, a fêmea entrará num período de gestação média de 68 dias. Quando os filhotes nascem (média de 2 a 3), a fêmea pode novamente entrar no cio em seis a oito horas após o parto. No período de gestação é muito importante tomar cuidado com as fêmeas, evitando o seu manuseio. Pode ocorrer ocasionalmente partos prematuros onde a fêmea venha a perder parte ou todos os filhotes. Isto pode ocorrer por vários fatores, veja a seguir alguns deles:
Cavia aperea no seu ambiente natural.Outro fator importante na reprodução é a alimentação, que deve ser racional e de acordo com as necessidades das fêmeas gestantes.[11]
Participação na cadeia alimentar
Tratando-se de sua participação na cadeia alimentar,este pequeno animal pode servir de alimento à mamíferos maiores,como por exemplo a jaguatirica.[12]
Pode-se lembrar desse mamífero em uma grande obra de Graciliano Ramos, ''Vidas Secas''. Em um dos capítulos, Baleia, personagem descrita no livro como animal de estimação da família, sonha à beira da morte com o seu paraíso. Esse paraíso para ela, era ''um mundo cheio de preás'', assim os roedores serviriam de alimento para ela e para a família e eles então não sofreriam com a fome instalada pela seca. Vale lembrar que a história se retrata no interior do nordeste brasileiro, local onde este tipo de roedor é encontrado.
Capa do livro vidas secas de Graciliano Ramos
Status
O preá brasileira tem uma ampla gama e nenhuma ameaça particular foi identificada. É uma espécie comum com uma população estável e, além de viver em cerrados, é capaz de se adaptar a habitats fechados,como a mata atlântica no sul da Bahia, nessa região se encontra ameaçado de acordo com a lista vermelha da Bahia [13]. Por estas razões, a União Internacional para a Conservação da Natureza[14] classificou o seu estado de conservação como "menos preocupante".
Referências
↑FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 378.
WOODS, C. A.; KILPATRICK, C. W. Infraorder Hystricognathi. In: WILSON, D. E.; REEDER, D. M. (Eds.). Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference. 3. ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2005. v. 2, p. 1538-1600.
DUNNUM, J.; ZEBALLOS, H.; VARGAS, J.; BERNAL, N.; BRITO, D.; QUEIROLO, D.; PARDINAS, U.; D'ELIA, G. 2008. Cavia aperea. In: IUCN 2008. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org>. Acessado em 20 de julho de 2018