Eduardo (rapper)
Eduardo | |
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Eduardo em 2010 | |
Informação geral | |
Nome completo | Carlos Eduardo Taddeo |
Também conhecido(a) como | Locutor do inferno |
Nascimento | 24 de agosto de 1975 (48 anos) |
Local de nascimento | São Paulo, SP Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Gênero(s) | |
Ocupação(ões) | |
Cônjuge | Maria de Fátima[1] |
Filho(a)(s) | Gabriela, Maria Eduarda[1] |
Período em atividade | 1989–presente |
Afiliação(ões) | |
Página oficial | Sítio oficial |
Carlos Eduardo Taddeo (São Paulo, 24 de agosto de 1975), mais conhecido simplesmente como Eduardo, é um rapper, compositor, ativista, palestrante e escritor brasileiro. Ele é um dos fundadores e líderes do grupo Facção Central, no qual ele era vocalista. Deixou o grupo em 18 de março de 2013.[2][3]
Biografia
Carlos Eduardo Taddeo é filho de uma faxineira que teve quatro filhos em dois casamentos. Moravam no Glicério, bairro antigo e popular do centro de São Paulo, conhecido pelos cortiços e pela pobreza. Seu pai biológico era empresário da noite, mas casado com outra mulher oficial, embora inicialmente desse assistência a mãe de Eduardo.[4]
No entanto, as dificuldades se agravaram com o afastamento gradativo do pai, que fizeram com que a mãe e os quatro filhos fossem morar em pensões, com banheiros coletivos.[4] Aposentada por invalidez, com o mal de Chagas, “às vezes ela pedia esmola ou cesta básica na igreja”.[4] Segundo depoimento pessoal, “às vezes, só tinha arroz e o feijão era aquela água”, o que o obrigava a ajudar a mãe pegando frutas e legumes nos fins de feira.[4]
Estudou em escola pública até a quinta série do ensino fundamental, tendo abandonado os estudos logo depois. Míope, tinha vergonha de usar óculos. Suas roupas eram surradas e os tênis, velhos. Ganhava alguns trocados tomando conta de carro na rua.[5]
Convivendo com o cotidiano do crime, a violência despertava nele um desejo de ser bandido. “Eu via os caras com tênis novos e queria ser criminoso”[4] Aos sete anos, "Carlos Eduardo Taddeo" furtou um toca-fitas e roubou dólares de um japonês[4] Noutra situação, foi parar na delegacia para averiguação de furto em um supermercado, mas saiu sem maiores consequências. Aos nove anos, começou a se envolver com outros criminosos, levando e trazendo armas. Odiava álcool, mas não benzina, maconha e cocaína e experimentou até crack. Com 16 anos, praticou assaltos à mão armada.[6]
Eduardo atribui sua salvação do mundo do crime a um sujeito cujo apelido era Equipado, que era namorado de sua irmã e um pouco mais velho. Tinha esse apelido porque ia para a escola cheio das tralhas que roubava. Uma vez, Equipado mostrou um gravador com uma fita cassete da música "Corpo Fechado", de Thaíde & DJ Hum, que Eduardo escutou. “Aquilo me pegou”, ele conta. “Era uma coisa de falar rimando, que eu achei que podia fazer. Escrevi uma letra, mostrei para o Equipado, e ele disse que eu mandava bem. Daí não parei mais.”[4]
Dessa brincadeira, Eduardo perseguiu o sonho de ser rapper e, no fim da década de 1980, formou um grupo integrado por garotos de rua - entre os quais Washington Roberto Santana, mais conhecido como Dum-Dum - chamado "Esquadrão Menor". Sem conseguir engrenar, o grupo se desfez e Eduardo aceitou um convite do sogro, então maître do Hotel Hilton, para trabalhar como ajudante de cozinha.[4] Passou dois anos nessa função.[4]
Em 1994, ele entra para o Facção Central após a saída de Nego (atualmente conhecido como Rapper Mag), em 1995 gravam o primeiro álbum de estudio o "Juventude de Atitude" [7] Manteve-se no Facção Central até 18 de Março de 2013, quando comunicou oficialmente em um vídeo no Youtube que anunciava sua saída do grupo, devido a algumas desavenças pessoais e divergências ideológicas.[4]
2 anos após a saída do grupo lançou um disco duplo solo intitulado "A fantástica fábrica de cadáver" [8]
Outras atividades
Eduardo faz palestras por todo Brasil e periodicamente visita a Fundação Casa. Apesar de não ter concluído seu ensino fundamental ele incentiva, em entrevistas, shows e palestras, os jovens da periferia a estudarem alegando que "ter um diploma e estar bem informado é mais audacioso que portar metralhadoras". Em 2012, ele lançou A Guerra Não Declarada na Visão de um Favelado, seu primeiro livro.[9]
Livros
- A Guerra Não Declarada na Visão de um Favelado (2008–2012)
- A Guerra Não Declarada na Visão de um Favelado Vol. 2 (Vol. 2– 2016)
Discografia
Álbum de estúdio
Com Facção Central
- Juventude de Atitude (1995)
- Estamos de Luto (1998)
- Versos Sangrentos (1999)
- A Marcha Fúnebre Prossegue (2000)
- Direto do Campo de Extermínio (2003)
- Facção Central - Ao Vivo (2005)
- O Espetáculo do Circo dos Horrores (2006)
- ↑ a b Luiz Maclouf, Carvalho (10 de julho de 2007). «O Bagulho É Doido, Tá ligado». Consultado em 8 de julho de 2018
- ↑ «Eduardo anuncia os 2 primeiros clipes do disco "A Fantástica Fábrica de Cadáver"». 25 de dezembro de 2014. Consultado em 13 de março de 2015. Arquivado do original em 29 de julho de 2015
- ↑ José, Carlos Mendes (21 de outubro de 2011). «Revista Rap Nacional em destaque no Evolução Hip Hop». Consultado em 3 de janeiro de 2018
- ↑ a b c d e f g h i j Pr., Tiengo Fernandes. «Novos Rumos da Narrativa de Não-Ficção - O jornalismo literário na Revista Piauí» (PDF). 7 de março de 2015. Consultado em 25 de novembro de 2017
- ↑ «Com sede de Justiça Social». 28 de agosto de 2009. Consultado em 25 de novembro de 2017
- ↑ Caio Castor, Igor; Carvalho, Carvalho (6 de outubro de 2015). «Eduardo: "Naturalizaram o extermínio na periferia"». Consultado em 3 de janeiro de 2018
- ↑ «Rapper esnoba convite da Globo e da Fifa: "Vocês patrocinam o apartheid brasileiro"». 3 de dezembro de 2013. Consultado em 3 de janeiro de 2018. Arquivado do original em 4 de janeiro de 2018
- ↑ «Palestra e troca de ideias com Carlos Eduardo Taddeo (Rapper−Ex-Facção Central)». 7 de março de 2015. Consultado em 25 de novembro de 2017. Arquivado do original em 5 de março de 2016
- ↑ «Livro aborda toda a história do rap no Brasil». 7 de março de 2015. Consultado em 25 de novembro de 2015
- ↑ «Cultura de Rua elege as 15 grandes canções do hip-hop em 2014». 7 de janeiro de 2015. Consultado em 3 de janeiro de 2018