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Forte de São Caetano (Santa Cruz)

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O Forte de São Caetano (Santa Cruz) é um forte português localizado na costa da ilha Terceira, à fraguesia de Santa Cruz e concelho da Praia da Vitória. Trata-se de uma fortificação militar destinada à defesa da ilha Terceira.

Este forte foi edificado na continuação da grande Baía da Praia da Vitória de modo a dar protecção à referida baía e também à então ainda vila e actual cidade da Praia da Vitória. Encontra-se a 840 metros ao Nor-nordeste do Forte de São José. O Forte de São Caetano foi construído com uma forma irregular apresentando-se como uma de alvenaria grossa argamassada assente sobre barreiras, muito próximo do mar e a pouca altura deste. Facto que faz com que a ondulação mais bravia muitas vezes rebente contra as suas muralhas e que em alturas de grandes temporais chegue mesmo a ser invadido pelo mar.

Na altura da sua construção este forte era dotado de 5 bocas de fogo, 3 em canhoneiras, e 2 em rodízios para poderem ser deslocadas.

Encontrava-se antes de entrar muralhas adentro e à direita do mesmo uma guarita destinada à guarda e do lado esquerdo um paiol destinado ao arrumo das munições de guerra. Encontrava-se este forte encravado entre o mar e o fim de uma propriedade de particular que o limitava pelo lado de terra. Sendo que o caminho de aceso há muitos anos era confundido com as terras dos proprietários das proximidades.

Este forte foi segundo os Anais da ilha Terceira de Francisco Ferreira Drumond um dos mandados construir pelo então Governador Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos na Baía da Praia da Vitória e em outros pontos da costa da ilha Terceira.

Sabe-se que foi também um dos reconstruídos ou melhorados pelo Capitão General Francisco António de Araújo, entre os anos de 1818 e 1820.

Este forte bem como toda a bateria de fotos que orlam a Baía da Praia da Vitória prestou valioso serviço durante a Guerra Civil Portuguesa contra as tentativas de invasão da ilha Terceira por parte dos exércitos castelhanos na batalha de 11 de Agosto de 1829.

Apesar de não saber quem foi o seu construtor, é de supor pelos materiais empregues e pelo estilo de construção, que este forte não foi dos fortes construídos pelo sistema do engenheiro Tomás Benedicto entre 1567 e 1581.

Contudo tratava-se de uma sólida construção feita com boas e espessas cantarias apresentando paredes e casas bem construídas.

Encontrava-se a quando do Tombo de 1881 feito aos fortes da ilha Terceira em avançado estado de degradação dado o desaparecimento das barreiras sobre as quais foi construído, barreiras essas corroídas pela base pelo constante bater das ondas do mar.

Este forte, a quando da sua construção foi destinado para dar apoio a defesa da Baía da Praia da Vitória juntamente o Forte de São José e o Forte de Santo Antão que lhe ficam à esquerda.

Fez parte da relação dos tombos enviada ao inspector de engenharia da 5.º divisão militar no dia 23 de Agosto de 1881, com a indicação que deveria ser posto à renda.

Esteve abandonado durante 50 anos; pouco se sabendo deste período de meio século. No entanto é de supor que Conselho Administrativo da Fortaleza de São João Baptista em Angra do Heroísmo e a cargo da qual estava a cargo o tivesse mandado pôr à renda e de cujo resultado terá dado parte á estação competente.

O acesso deste forte atravessa terrenos particulares pelo que o proprietário desses terrenos após tantos anos de abandono utilizava o aceso como terreno seu cultivando-o, tanto mais que o mesmo não era murado. Teve de ser intimado perante testemunhas para respeitar essa servidão e deixar de a semear, tendo disto sido dado conhecimento ao Delegado da Comarca da Praia da Vitória num oficio datado do dia 18 de Agosto de 1881 acompanhado de uma relação dos prédios e respectivas dependências usufruídas por estranhos, para no caso de reincidência aos avisos feitos, ele como representante da fazenda publica proceder devidamente.


A superfície que o forte ocupava era de 375 metros quadrados, e a da casa e paiol de 36,50 metros quadrados. Um terreno adjacente às mesmas ocupava 76,20 metros quadrados e a servidão 112,30, totalizando 600,00 metros quadrados de área.

Ver também


Referências

  • Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira IHIT, Vol. XLV, Tomo II, 1987, ao abrigo da denominação: Da poliorcética à fortificação nos Açores – Introdução ao estudo do sistema defensivo nos Açores nos séculos XVI-XIX, Alberto Vieira.
  • Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira IHIT, Vol. L, 1992, ao abrigo da denominação: Documentação Sobre as Fortificações dos Açores Existentes Nos Arquivos de Lisboa.– Catálogo, Investigação de Carlos Neves e Filipe Carvalho com coordenação de Artur Teodoro de Matos.
  • Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira IHIT, Vol. LI-LII, 1993-1994, ao abrigo da denominação: Fortificação da Ilha Terceira, Valdemar Mota.
  • Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira IHIT, Vol. LIV, 1996, ao abrigo da denominação: Tombos dos Fortes da Ilha Terceira, por Damião Pego e António de Almeida Júnior, Direcção dos Serviços de Engenharia do Exército.
  • Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira IHIT, Vol. LV, 1997, ao abrigo da denominação: Relação dos fortes, Castelos e outros pontos fortificados, que se acham ao prezente inteiramente abandonados, e que nenhuma utilidade tem para a defeza do Pais, com declaração daqueles que se podem desde já desprezar. Barão de Bastos. Arquivo Histórico Militar.