Bashar al-Assad
Bashar al-Assad بشار حافظ الأسد | |
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Presidente da Síria | |
Período | 17 de julho de 2000 a atualidade |
Vice-presidente | Najah al-Attar[1] |
Antecessor(a) | Abdul Halim Khaddam (interino) |
Dados pessoais | |
Nascimento | 11 de setembro de 1965 (58 anos) Damasco, Distrito de Damasco |
Primeira-dama | Asma al-Assad |
Partido | Partido Baath |
Profissão | Médico |
Bashar Hafez al-Assad, em árabe بشار حافظ الأسد (Damasco, 11 de setembro de 1965) é um político sírio e o atual presidente de seu país e Secretário Geral do Partido Baath desde 17 de julho de 2000. Sucedeu a seu pai, Hafez al-Assad, que governou a Síria por 30 anos até sua morte, no comando do país.
Al-Assad formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Damasco em 1988, e começou a trabalhar como médico no exército. Quatro anos mais tarde, ele participou de estudos de pós-graduação do Hospital Ocidental Eye, em Londres, especializando-se em oftalmologia. Em 1994, depois de seu irmão mais velho Bassel ser morto em um acidente de carro, Bashar foi chamado para a Síria para assumir o seu papel como herdeiro aparente. Ele entrou na academia militar, assumiu o comando da ocupação da Síria no Líbano em 1998. Em dezembro de 2000, Assad se casou com Asma al-Assad, nascida Akhras. Al-Assad foi reconfirmado pelo eleitorado nacional como o presidente da Síria em 2000 e 2007, após o Conselho Popular da Síria ter votado para propor o titular de cada vez.[2][3]
Inicialmente visto pela comunidade nacional e internacional como um potencial reformador, essas expectativas cessaram quando ele ordenou uma repressão em massa e cercos militares contra manifestantes pró-rebeldes em meio a uma guerra civil recente, descrito por alguns comentaristas como relacionados ao amplo movimento da "Primavera Árabe". A grande parte da oposição doméstica sunita do país, os Estados Unidos, Canadá, a União Europeia e os Estados membros da Liga Árabe, que posteriormente pediram a renúncia de al-Assad da presidência.[4][5] Ele pertence à seita minoritária alauita e seu governo tem sido descrito como secular.[6]
Biografia
Nascido em Damasco, Bashar al-Assad veio de uma família muito envolvida com política, sendo seu pai o próprio Presidente da Síria. Ele estudou oftalmologia em sua cidade natal e depois foi para Londres concluir os estudos. Inicialmente tinha poucas aspirações políticas e seu pai educara seu irmão mais velho, Basil al-Assad, para ser o futuro presidente. Porém a morte deste em um acidente de automóvel mudou a situação e Bashar converteu-se no herdeiro político de seu pai, que viria a falecer em 10 de junho de 2000. Bashar al-Assad tornou-se então General do Estado Maior e Chefe Supremo das Forças Armadas Sírias. Nomeado candidato único pelo Partido Árabe Socialista Baath (único partido do regime) para a Presidência da República, foi eleito mediante referendo em 10 de julho de 2000, tomando posse em 17 de julho. Em dezembro de 2000 casou-se com Asma al-Assad.
O começo de seu mandato foi marcado por uma esperança de mudanças democráticas, que foi frustrada com a continuidade da política de seu antecessor. Ante à ameaça da ideia de guerra preventiva levada a cabo pela administração norte-americana, a instabilidade do Líbano, na qual a Síria mantinha uma forte presença militar e as constantes tensões com seu vizinho Israel, Bashar al-Assad procurou manter um discurso reformista que poderia satisfazer os anseios da União Europeia e dos Estados Unidos, mas que na prática não produziu nenhuma concessão ao movimento de oposição do país. A forte pressão internacional sobre Bashar al-Assad após a morte do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, cuja autoria foi atribuída aos serviços de inteligência sírios, fez com que as tropas mantidas no Líbano fossem retiradas.
Bashar al-Assad foi reeleito em um referendo convocado no dia 27 de maio de 2007 onde conseguiu 97% de aprovação, mas ele concorreu sozinho. No dia 25 de junho de 2010, iniciou uma série de viagens pela América Latina, visitando Cuba, Venezuela, Brasil e Argentina.
Em 2011, frente a vários protestos no mundo árabe por reformas democráticas, o governo de al-Assad prometeu abrir mais a política do país para o povo. Porém frente a lentidão dessas mudanças, ou o não cumprimento da promessa, opositores ao seu regime começaram uma série de protestos pedindo a derrubada do Presidente, que respondeu aos manifestantes com o envio de tropas do Exército para áreas em protesto. A violência da repressão do governo fez com que vários países pelo mundo, como os Estados Unidos, Canadá e União Europeia adotassem sanções contra a Síria. Com as manifestações se transformando em revolta armada contra o seu governo, seus exércitos foram acusados, repetidas vezes, de crimes contra a humanidade, e a comunidade internacional e a oposição interna do seu país começaram a pedir a sua renúncia imediata da presidência, mas ele se recusou e afirmou que continuaria na luta para se manter no poder.[7] Por diversas vezes, o ditador afirmou que seu país é vitima de uma "conspiração estrangeira", envolvendo terrorismo, com o objetivo de desestabilizar a Síria.[8][9]
Em 2014, mesmo em meio a uma brutal guerra civil, com 191 mil mortos entre março de 2011 e abril de 2014[10][11], com quase metade da nação deslocada de suas casas e um-terço do país nas mãos da oposição, o governo Assad levou a cabo as eleições gerais para presidente.[nota 1] Com 88,7% dos votos, o líder sírio foi declarado vitorioso da eleição,[13] cujo resultado foi considerado duvidoso por grupos opositores anti-Assad e criticada por observadores internacionais do Ocidente.[14][15]
Relações exteriores
Este artigo ou seção pode conter informações desatualizadas. Abril de 2014) ( |
Bashar al-Assad mantém relações com a França desde sua primeira visita oficial ao exterior, quando encontrou-se com o primeiro-ministro francês à época, Jacques Chirac.
Os Estados Unidos, a União Europeia, Israel e França acusam Al-Assad de apoiar grupos militantes contra Israel e grupos políticos opositores ao seu governo, exceto o Hezbollah e Hamas. De acordo com o Instituto de Pesquisas do Oriente Médio, Assad afirmou que os Estados Unidos poderia beneficiar-se da experiência síria no combate à Irmandade Islâmica.
Em 2003, Assad se opôs à invasão do Iraque pelo Exército dos Estados Unidos, apesar das tensas relações com o país vizinho.[16]
A despeito das tensas relações com Israel, Assad buscou a retomada de negociações de paz para a devolução das Colinas de Golã, ocupadas por Israel desde 1967.
Condecorações Estrangeiras
Brasil: Grande Collar da Ordem do Cruzeiro do Sul
- ↑ http://i-r-p.ru/page/stream-event/index-4399.html
- ↑ «Syrians Vote For Assad in Uncontested Referendum». Associated Press (em inglês). The Washington Post. 28 de maio de 2007. Consultado em 22 de novembro de 2013
- ↑ «Syria's Assad wins another term». BBC (em inglês). BBC. 29 de maio de 2007. Consultado em 22 de novembro de 2013
- ↑ Bassem Mroue (18 de abril de 2011). «Bashar Assad Resignation Called For By Syria Sit-In Activists» (em inglês). The Huffington Post. Consultado em 22 de novembro de 2013. Cópia arquivada em 12 de maio de 2011
- ↑ «Arab League to offer 'safe exit' if Assad resigns». Consultado em 22 de novembro de 2013
- ↑ Peace Out of Reach: Middle Eastern Travels and the Search for Reconciliation, Stephen Bronner - 2007 - p 63
- ↑ Bassem Mroue. «Bashar Assad Resignation Called For By Syria Sit-In Activists». The Huffington Post. Consultado em 20 de abril de 2011
- ↑ «Opposition: 127 Dead As Syrian Forces Target Civilians». Thedenverchannel.com. Consultado em 8 de julho de 2012
- ↑ correiodobrasil.com.br (11 de janeiro de 2012). «Correio do Brasil - Síria: al-Assad reaparece para denunciar "conspiração estrangeira"»
- ↑ http://blogs.estadao.com.br/jamil-chade/2014/08/22/siria-quase-200-mil-mortos-em-um-conflito-abandonado/
- ↑ http://www.lemonde.fr/proche-orient/article/2014/08/22/le-conflit-syrien-a-fait-plus-de-191-000-morts-selon-l-onu_4475250_3218.html
- ↑ EFE (1 de junho de 2014). «Após décadas, Síria terá mais de um candidato a presidente». Terra. Consultado em 9 de junho de 2014
- ↑ «Parlamento confirma vitória de Bashar al-Assad nas eleições na Síria». G1. Consultado em 5 de junho de 2014
- ↑ «Oposição síria considera 'ilegítima' a eleição de Assad». G1. Consultado em 5 de junho de 2014
- ↑ Euronews.pt (3 de junho de 2014). «Síria organiza hoje presidenciais classificadas de "farsa" pelo Ocidente». Euronews.pt. Consultado em 9 de junho de 2014
- ↑ «Erdogan thinks he's Caliph, new sultan of the Ottoman». RT. Consultado em 9 de novembro de 2012
Ligações externas
- «Site oficial» (em árabe)
- «Biografia não oficial» (em inglês)
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