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Teletransporte

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O tele-transporte ainda está no campo da ficção científica, assim como a cem anos imaginava-se a viagem espacial impraticável, ou no século XV considerava-se o planeta Terra uma superfície plana, de dimensões infinitas. Em ciência, nada é absoluto, as verdades científicas estão em constante mutação. Com a mecânica quântica, muitas questões que pareciam ser resolvidas, levantaram outras mais complexas, portanto necessitando um processamento de informações muito maior. Este ramo da física, que permite compreender os fenômenos que se manifestam no campo da matéria, da radiação eletromagnética e da interação entre matéria e radiação, trouxe à baila fenômenos do microcosmo que poderiam perfeitamente existir no macrocosmo. Em relação ao tele-transporte, tudo ainda são conjecturas, um campo sensível, onde esbarramos com o impraticável físico e mental. Para se entender as prováveis possibilidades de algo assim, é necessário traçar um paralelo entre matéria e energia, tempo e espaço, e procurar enxergá-las sob o mesmo prisma relativístico. Para localizar especialmente um objeto físico, são suficientes três medidas, o comprimento, a largura e a altura. Assim, com um eixo de três coordenadas, se pode descrever a posição de um ponto no espaço. Para localizar um evento, que ocorre durante um intervalo determinado, exige-se a noção adicional de tempo. Assim, combinando o primeiro sistema, tridimensional, com a medida de tempo, chega-se à noção de espaço-tempo, tetradimensional. O conceito de espaço-tempo, que relaciona duas categorias tratadas de forma independente pela física tradicional, foi postulado por Albert Einstein, na teoria especial da relatividade, de 1905, e na teoria geral da relatividade, de 1915. Até então nunca havia sido admitida a conexão espaço-tempo. No século XIX, era uma verdade matemática, que o espaço físico era um plano contínuo de três dimensões, o conjunto de todos os pontos possíveis, ao qual se aplicavam os postulados da geometria euclidiana, com isso, as coordenadas cartesianas pareciam naturalmente encaixadas nesse espaço. O tempo era visto como um contínuo separado, independente do espaço, o tempo era enxergado como totalmente homogêneo, de extensão infinita e unidimensional, portanto, qualquer ponto deste gráfico mono-dimensional e mono-direcional era enxergado como ponto de origem à qualquer evento físico a este relacionado, chamado de momento atual. O momento atual no tempo, tomado como origem, e se medindo seu transcorrer, para frente, ou para trás, poderia descrever qualquer fenômeno físico, portanto, este era uma das bases da mecânica clássica. Quando a física começou a estudar a dupla natureza da matéria, corpuscular e ondulatória, notou-se que matéria e energia não são dissociadas e sim inter relacionadas, logo, a idéia de espaço e tempo absolutos, sob o prisma relativístico é incoerente, pois, ao se tentar utilizar a mecânica e a eletrodinâmica para explicar os fenômenos atômicos, os resultados a que se conduz se encontram em franca contradições com a experiência laboratorial. Isto se vê mais claramente na contradição a que se chega ao aplicar a eletrodinâmica ordinária ao modelo de átomo em que os elétrons se movem em torno ao núcleo seguindo órbitas clássicas. Neste movimento, como em qualquer movimento acelerado das cargas, os elétrons deveriam irradiar continuamente ondas eletromagnéticas, ao irradiá-as, os elétrons, perderiam sua energia, e, conseqüentemente haveria a queda no núcleo atômico. Portanto, segundo a eletrodinâmica clássica o átomo seria instável, coisa que não se coaduna com a realidade prática. A contradição entre a teoria e a prática atesta que a construção de uma teoria aplicável aos fenômenos atômicos, é dizer que os fenômenos que ocorrem com partículas de massa pequena e em regiões muito pequenas do espaço, exige uma alteração essencial das leis e das idéias clássicas fundamentais. Existe um experimento prático sobre a dualidade da matéria, que pode suscitar uma pista sobre o tele-transporte. Imaginemos que se faça passar um raio homogêneo de elétrons (partículas) através de um cristal, se observa uma figura constituída por máximos e mínimos de intensidade que se sucedem entre si análoga à figura da difração das ondas eletromagnéticas; ora, a matéria pelo senso comum, não difrata, não refrata e não reflete. Assim, em certas condições, o comportamento das partículas materiais apresenta paralelos com os processos ondulatórios, e, nesta dualidade matéria energia, pode estar a chave do transporte de matéria através do espaço, daí ao tele-transporte é um longo caminho mental, e prático. A contradição das idéias ordinárias sobre o movimento se revela com particular evidência neste experimento mental, que constitui uma idealização da difração eletrônica por um cristal, portanto, se é possível a nível de micro-universo detectar esta dualidade, estas leis podem se repetir a nível macro universo. A questão do tele-transporte, não é a teorização, e sim a possibilidade prática de converter matéria em energia e re convertê-la novamente em matéria em matéria, porém, sem perder suas propriedades físicas antes da primeira conversão; esta fica para a literatura de ficção científica, por enquanto.