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Vaticano

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Estado da Cidade do Vaticano
Civitas Vaticana (latim)
Stato della Città del Vaticano (italiano)
Bandeira do Vaticano
Bandeira do Vaticano
Brasão de Armas do Vaticano
Brasão de Armas do Vaticano
Bandeira Brasão de armas
Lema: não tem
Hino nacional: Inno e Marcia Pontificale
("Hino e Marcha Pontifical")
Gentílico: Vaticano(a)[1]

Localização do Estado da Cidade do Vaticano
Localização do Estado da Cidade do Vaticano

Localização do Vaticano (a vermelho) no continente europeu (a creme)
Capital Cidade do Vaticano
41º 54'N 12° 27′E
Cidade mais populosa Cidade do Vaticano
Língua oficial latim
italiano (de facto)
Governo Monarquia absoluta electiva teocrática
• Papa Bento XVI
• Presidente do Governo Giovanni Lajolo
Independência
• Tratado de Latrão 11 de Fevereiro de 1929
Área
  • Total 0.44 km² (232.º)
População
 • Estimativa para 2007 800 hab. (220.º)
 • Densidade 1.780 hab./km² (6.º)
 • Total US$ 333 milhões(179.º)
 • Per capita US$ 416 mil
Moeda Euro1 (EUR)
Fuso horário CET (UTC+1)
 • Verão (DST) CEST (UTC+2)
Cód. ISO VAT
Cód. Internet .va
Cód. telef. +39
Website governamental www.vatican.va
1 Antes da adopção do Euro, a moeda era a Lira Italiana

O Vaticano é uma cidade-estado e o menor Estado independente do mundo, encravado na zona norte de Roma. Deve a sua existência ao fato de ser a residência oficial do Papa e de ser a sede da Igreja Católica e também da Igreja Católica de Rito Latino, a maior e a mais conhecida e numerosa das 23 Igrejas sui juris que constituem a Igreja Católica. A Santa Sé (latim: Sancta Sedes), ou Sé Apostólica, do ponto de vista legal, é distinta do Vaticano, ou mais precisamente do Estado da Cidade do Vaticano.

Etimologia

Originalmente, Vaticano era uma figura da mitologia romana que "abria a boca do recém nascido para que ele pudesse dar o primeiro grito, o primeiro choro". Era também o nome de uma das sete colinas de Roma onde se erguia o Circo de Nero. Lá São Pedro foi martirizado e sepultado.[2]

A palavra Vaticanus e as suas variações, encontradas no dicionário latino-português de Geraldo de Ulhoa Cintra e José Cretela Junior, e outros dicionários de latino-português, começam por vatic, vates e vatis, todas elas estão relacionadas com o sentido de profecia. Juntando o prefixo vatic com anus, assim como Romanus é a combinação de Roma mais anus, Colinas do Vaticano significa, portanto, Colinas da Profecia, sendo a palavra Vaticano a adaptação portuguesa da palavra Vaticanus.[3]

História

Ver artigo principal: História do Vaticano

O Vaticano foi dado pelo Tratado de Latrão, assinado por Benito Mussolini e o Papa Pio XI em 11 de Fevereiro de 1929. As terras tinham sido doadas em 756 por Pepino, o Breve, rei dos francos. Durante um período de quase mil anos, que teve início no império de Carlos Magno no século IX, os papas reinavam sobre a maioria dos Estados temporais do centro da península itálica, incluindo a cidade de Roma, e partes do sul da França.

Vista parcial dos Museus Vaticanos a partir da Basílica de São Pedro.

Durante o processo de unificação da península, a Itália gradativamente absorveu os Estados Pontifícios. Em 1870, as tropas do rei Vítor Emanuel II entram em Roma e incorporam a cidade ao novo Estado. Em 13 de março de 1871, Vítor Emanuel II ofereceu como compensação ao Papa Pio IX uma indenização e o compromisso de mantê-lo como chefe do Estado do Vaticano, um bairro de Roma onde ficava a sede da Igreja (as leis de garantia). O papa, consciente de sua influência sobre os católicos italianos e desejando conservar o poder da Igreja, recusa-se a reconhecer a nova situação e considera-se “prisioneiro” do poder laico. Além disso, proibiu os católicos italianos de votar nas eleições do novo reino.

Essa incómoda questão de disputas entre o Estado e a Igreja, chamada Questão Romana só terminou em Fevereiro de 1929, quando o ditador fascista Benito Mussolini e o Papa Pio XI assinam o Tratado de Latrão, pelo qual a Itália reconhece a soberania da Santa Sé sobre o Vaticano, declarado Estado soberano, neutro e inviolável.

Política

Ver artigo principal: Política do Vaticano

O Papa, chefe de Estado eleito em um colégio de cardeais denominado conclave para um cargo vitalício, detém no Estado do Vaticano os poderes legislativo, executivo e judicial, desde a criação do Vaticano pelo Tratado de Latrão, em 1929.

Tecnicamente é uma Monarquia eletiva, não hereditária. Pode-se considerar o Vaticano como uma autocracia, porque todos os poderes (executivo, legislativo e judiciário), estão concentrados na figura do Papa, que não possui qualquer órgão que fiscalize seus atos como governante, e, por ser considerado sucessor de São Pedro, não deve prestação de contas a ninguém, considerando-o um emissário de Deus na Terra. O termo cidade do Vaticano é referente ao Estado, enquanto Santa Sé é referente ao governo da Igreja Católica efetuado pelo Papa e pela Cúria Romana.

Palácio sede do governo do Vaticano.

A Cúria Romana é efectivamente o governo do Estado e a gestão administrativa, pelo que o seu chefe, o Secretário de Estado, tem as incumbências equivalentes às de um Primeiro-Ministro. Outros cargos políticos encontram-se sob designações diversas nos diversos órgãos da Cúria Romana.

Formalmente constituído em 1929 com a configuração actual, o Estado do Vaticano administra as propriedades situadas em Roma e arredores que pertencem à Santa Sé. O Estado do Vaticano, com o estatuto de observador nas Nações Unidas, é reconhecido internacionalmente e foi admitido membro de pleno direito das Nações Unidas, em Julho de 2004, mas abdicou voluntariamente do direito de voto.

O Estado tem os seus próprios embaixadores ou representantes, um jornal oficial (Acta Apostolicae Sedis), uma estação de rádio, e uma força militar denominada Guarda Suíça. Emite autonomamente moeda (desde 2002, o euro), selos e passaportes.

A Santa Sé estabelece com muitos Estados tratados internacionais (concordatas), para assegurar direitos dos católicos ou da Igreja Católica naqueles Estados. Muitos foram assinados quanto os Estados se laicizaram, como forma de garantir direitos para a Igreja e permitir sua existência em tais países.

O Estado do Vaticano, com o estatuto de observador nas Nações Unidas, foi admitido como membro de pleno direito em Julho de 2004, mas não requereu direito de voto.

Geografia

Ver artigo principal: Geografia do Vaticano

A área do Vaticano é de 0,44 quilômetros quadrados. Está situado no meio da capital italiana, Roma. Por isso, não possui área costeira. A defesa do país é da responsabilidade da Itália, enquanto que a segurança do Papa fica a cargo da Guarda Suíça. Fora da Cidade do Vaticano, o Estado possui 13 edifícios em Roma e Castel Gandolfo (A residência de Verão do Papa) gozando de direitos extraterritoriais. Partilha a 3,2 km de fronteira com a Itália.

A cidade tem clima temperado, leve, com invernos chuvosos (de Setembro a meados de Maio) e verões quentes (de Maio a Setembro). Situa-se numa colina baixa. A colina foi chamada de Vaticana (em latim: Mons Vaticanus), uma vez que existia muito antes do cristianismo. O nome é suspeito de pertencer inicialmente à língua etrusca. O ponto mais baixo é um local sem nome situado a 19 metros. O ponto mais alto é outro local não nomeado que se situa 75 metros de altitude. O Vaticano não possui nenhum recurso natural.

É fundamentalmente urbano e nenhuma das terras está reservada para agricultura ou outro tipo de exploração de recursos naturais. A cidade-estado exibe um impressionante grau de economia, nascida da necessidade extremamente limitada, devido ao seu território. Assim, o desenvolvimento urbano é optimizado para ocupar menos de 50% da área total, ao passo que o resto é reservado para espaço aberto, incluindo os Jardins do Vaticano. O território possui muitas estruturas que ajudam a fornecer autonomia ao Estado soberano, estes incluem: linhas ferroviárias, heliporto, correios, estação de rádio, quartéis militares, palácios e gabinetes governamentais, instituições de ensino superior, cultural e de arte, e algumas Embaixadas.

Em Julho de 2007, o Vaticano aceitou uma oferta que vai torná-lo o único estado neutro em relação ao carbono por ano, devido à doação do Vaticano da Floresta Clima na Hungria. A floresta possui tamanho suficiente para compensar as emissões de dióxido de carbono do Estado.[4]

Economia

Ver artigo principal: Economia do Vaticano
Ficheiro:IMG 1828.JPG
Interior da Basílica de São Pedro.

A economia do Vaticano é baseada na captação de donativos das comunidades eclesiais (igrejas) pertencentes à Igreja Católica, Apostólica e Romana no mundo inteiro. Essa arrecadação supre fundos para as despesas do Vaticano com a evangelização e os programas sociais que desenvolve, igualmente no mundo inteiro. O país mantém um canal de donativos conhecido como "Óbulo de São Pedro", no qual o doador remete os fundos diretamente ao Vaticano.

Outra forma de captação de recursos é com o turismo no complexo dos "Museus Vaticanos". Não há outro lugar no mundo com tanto valor artístico e intelectual concentrado como no Arquivo Secreto do Vaticano, na Biblioteca Apostólica Vaticana, e nos acervos de arte (pintura, escultura e arte sacra) das igrejas romanas.

Através de um acordo com a Itália, representando a União Europeia, a unidade monetária do Vaticano é o Euro. O Estado tem a sua própria concepção de moedas e notas de euros, que têm aceitação na Itália e em outros países da Zona Euro. O Vaticano não tem uma casa de emissão própria, de forma que tenha acordado com a Itália para efectuar a cunhagem, que não pode ser superior a 1 milhão de euros anuais.

Demografia

Mapa da cidade do Vaticano.
Ver artigo principal: Demografia do Vaticano

A população vaticana é composta por membros da Igreja, que devido às suas funções, residem lá. Além do Papa, residem e trabalham lá Bispos, Cardeais, Arcebispos e outros funcionários importantes da Igreja Católica (existe um número reduzido de cidadãos comuns). A maioria dos funcionários estáveis é italiana. Um número considerável é suíço e o restante originário de diversos países.[carece de fontes?]

A religião é o catolicismo, que detém estatuto oficial. A língua oficial é o latim, embora só seja utilizado em documentos oficiais e em rituais cerimoniais. A língua falada é o italiano.

Cultura

Ver artigo principal: Cultura do Vaticano
Praça de São Pedro

A cultura do Vaticano é obviamente correspondente à cultura da Igreja Católica e o seu expoente são as obras de arquitectura como a Basílica de São Pedro, a Arquibasílica de São João Latrão, a Praça de São Pedro, a Capela Sistina e a coleção do Museu do Vaticano. O palácio onde reside o Papa tem 5 mil quartos, duzentas salas de espera, 22 pátios, cem gabinetes de leitura, trezentas casas de banho e dezenas de outras dependências destinadas a recepções diplomáticas.

Guarda Suíça é o nome que recebe o grupo de soldados contratados para proteger o Papa. Foi criado no século XV.

Dos fogões vaticanos saíram tentações como os ovos beneditinos (um capricho de Bento XI), a lagosta com trufa branca (habitual nas coroações do Renascimento), a musse de faisão ao molho chaudfroid (prato preferido de Pio VI) ou o maçapão de água de rosas (uma iguaria na Idade Média).

Feriados

Parte da série sobre
Política do Vaticano
Portal do Vaticano
Data Nome em português Nome local Observações
1 de janeiro Ano novo Capodanno
6 de janeiro Epifania Epifania
11 de fevereiro Aniversário da independência
19 de março São José Santo Giuseppe
Variável Páscoa Pasqua
Variável Segunda-feira de Páscoa Pasqua
1 de maio Dia do trabalhador Festa del Lavoro
Variável Quinta-feira de Ascensão
Variável Corpo de Cristo Corpus christi
29 de junho São Pedro e São Paulo San Pietro e San Paolo
15 de agosto Assunção de Nossa Senhora Assunzione della B.V. Maria
16 de agosto Assunção de Nossa Senhora Assunzione della B.V. Maria
1 de novembro Dia de Todos os Santos Tutti i Santi
8 de dezembro Imaculada Conceição Immacolata Concezione
25 de dezembro Natal Natale
26 de dezembro Santo Estêvão Santo Stefano

Galeria

Referências

  1. Dicionário de Língua Portuguesa - Tomo II, Texto Editores, 2006, página 1497, ISBN 972-47-3173-1/(978-972-47-3173-5)
  2. Origem do nome "Vaticano"
  3. "A Igreja Católica em Apocalipse 17"
  4. The Vatican to go carbon neutral (em inglês)

Ver também

Ligações externas

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