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Sándor Ferenczi

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Ferenczi, mais à direita na fileira posterior, com Freud, Carl Jung e outros em 1909.

Sándor Ferenczi (Miskolc, 16 de julho de 1873Budapeste, 22 de maio de 1933) foi um psicanalista húngaro. Foi um dos mais íntimos colaboradores de Freud, tornou-se famoso pelas experiências psicanalíticas.

Nasceu em Miskolc e formou-se em medicina aos 21 anos pela Universidade de Viena. Conheceu Freud em 1908 e já se especializava em neurologia e neuropatologia e depois estudou hipnose. Pertencente à primeira geração da psicanálise, foi um dos organizadores e defensores do movimento psicanalítico, tendo sido dele a idéia de que um pequeno grupo de homens pudesse ser analisado por Freud pessoalmente, para depois transmitir a psicanálise em suas cidades de origem. Essa prática acabou por dar origem à análise didática e, mais tarde, à institucionalização da psicanálise, com a fundação da International Psychonalytical Association – IPA, criada por ele a pedido de Freud. Conhecido por ser um analista eminentemente clínico, se ocupou da teoria do espaço analítico e do lugar do analista, distinguindo-se de Freud que tratou, mais especificamente, da estruturação do aparelho psíquico.

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Ligações externas

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Psicanálise e Teoria

Sua produção teórica teve início logo após seu contato com Freud em 1908. Dedicou toda sua obra a questionar a psicanálise, procurando ampliar seus limites terapêuticos e, em suas preocupações, privilegiou o tratamento de psicóticos, de pacientes psicossomáticos e casos-limites, sendo que muitas de suas idéias encontram-se na origem da teoria psicanalítica das escolas inglesa e francesa. Dentre seus interesses teóricos destacam-se: os temas da introjeção e projeção, a ênfase sobre o papel estruturante do objeto externo no desenvolvimento psíquico, a regressão na cura analítica, a importância dos vínculos – relação mãe e bebê, o impacto do trauma infantil na constituição do sujeito, a distinção do trauma, do traumático e do traumatismo, bem como a clivagem corpo e psiquismo. No desenvolvimento das questões técnicas, propôs a necessidade de contato emocional entre analista e analisando para a efetiva realização de um processo de mudança psíquica; ressaltou a importância da empatia e da contratransferência como paradigma técnico, e a defesa da psicanálise para não médicos. Cada vez mais, a importância de sua obra tem sido reconhecida pela atualidade das questões abordadas, que se revela no debate do tratamento de vítimas de abuso sexual infantil, em sua proposta de integração do biológico com a psicanálise e na investigação de transtornos graves de caráter, estruturas narcisistas e pacientes limítrofes.

  1. Resenha elaborada por Maria Nilza Mendes Campos, do Instituto de Psicanálise Virgínia Leone Bicudo, da Sociedade de Psicanálise de Brasília. «SÁNDOR FERENCZI». FEBRAPSI