Saltar para o conteúdo

A última encarnação do Fausto

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A última encarnação do Fausto é uma releitura do dramaturgo brasileiro Renato Vianna do mito de Fausto, imortalizado pelo escritores Goethe e Thomas Mann. Escrita em 1921, ficou em cartaz por apenas três dias: 16, 17 e 18 de dezembro de 1922.

A peça, até então inédita em forma de livro, foi organizada por Sebastião Milaré e publicada em 2011 pela Editora WMF Martins Fontes.

Esta obra, como salienta Sebastião Milaré, "relata os últimos dias de um escultor, não por meio de dados da realidade, mas por sugestões do real filtradas dos devaneios e delírios do personagem". Peça que desafia o senso comum por se afastar do registro realista, 'A última encarnação do Fausto' inova também por trazer longas rubricas em que o autor se mostra encenador preocupado em harmonizar numa montagem a música, a interpretação, a cenografia e a iluminação.

Representação

[editar | editar código-fonte]

Drama estático-musical em três atos. Estreou em 16 de dezembro de 1922,[1] no Theatro São Pedro, no Rio de Janeiro, com o seguinte elenco:

Eduardo: Antônio Ramos

Antônio: Mário Arozo

Mefisto: Renato Vianna

Ilda: Lucília Peres

A Música e a direção musical do espetáculo ficou por conta do músico e compositor Heitor Villa-Lobos.

Conforme Milaré,[2] organizador do livro, Renato Vianna tinha dois objetivos bem definidos ao escrever A última encarnação de Fausto. Um manuscrito do arquivo Renato Vianna, descreve que o primeiro era "ingressar nas fileiras, então muito escassas da mocidade revolucionária que havia de plantar com seu sangue generoso, em 1922, o ideal de um Brasil mais justo, mais fecundo e belo". O segundo objetivo era levar para dentro do teatro as alterações formais, envolvendo a ética e os procedimentos técnicos que possibilitassem a nova estética.

Renato Vianna inicia a carreira como dramaturgo, escrevendo para a atriz Itália Fausta. Une-se aos modernistas Heitor Villa-Lobos e Ronald Carvalho, com os quais funda a Sociedade dos Companheiros da Quimera, com o objetivo de elevar o nível cultural e intelectual do teatro, em 1922. No mesmo ano em que a Semana de Arte Moderna sacudiu o meio artístico de São Paulo, estreia o espetáculo A Última Encarnação de Fausto, no Rio de Janeiro. A estreia é anunciada como o primeiro teatro de encenação do Brasil.[3]

Referências
  1. Cultural, Instituto Itaú. «A Última Encarnação de Fausto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 17 de agosto de 2019 
  2. VIANNA, Renato (2011). A última encarnação do Fausto. MILARÉ, Sebastião. São Paulo: WMF Martins Fontes. pp. IX – XXXI. ISBN 8578274628 
  3. Cultural, Instituto Itaú. «Renato Vianna». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 17 de agosto de 2019