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Jardim Panorama (Morumbi)

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Jardim Panorama
Bairro de São Paulo
Distrito Morumbi
Subprefeitura Butantã
Região Administrativa Oeste
Mapa

Jardim Panorama é um bairro na zona Sul de São Paulo, às margens do rio Pinheiros, situado no distrito do Morumbi. É administrado pela Subprefeitura do Butantã.[1]

A região apresenta extrema desigualdade social, pois abriga, por um lado, o Complexo Residencial Cidade Jardim junto ao luxuoso Shopping Cidade Jardim e complexo comercial, e por outro lado, a favela do Jardim Panorama.

O empreendimento do shopping e torres, que custou R$ 1,5 bilhão, está localizada ao lado da favela do bairro. Na festa de lançamento do empreendimento, em 2008, houve manifestação por parte dos moradores da comunidade vizinha.[2]

Em 2008, foram lançados o shopping e as torres residências (o conjunto comercial só viria em 2012), o Parque Cidade Jardim é um projeto da construtora JHSF, especializada em empreendimentos de luxo. Pouco acessível, controlado por um esquema de segurança intenso, o empreendimento é constantemente criticado por urbanistas por ser um enclave fechado dentro da cidade. [3]

Comunidade do Jardim Panorama

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Localizada no subdistrito do Morumbi, a favela Jardim Panorama ocupa um terreno  íngreme  na  margem  oeste  do  rio  Pinheiros.  Atualmente,  sua  população é de,  aproximadamente,  1.600  habitantes.  Segundo  dados  da  Secretaria  Municipal de  Habitação  (SEHAB),  o  primeiro  registro  de  assentamento  ocorreu  no  ano  de 1957. Além de construir ali suas habitações, as primeiras famílias também utilizavam o espaço para o cultivo de alimentos e como pastagem de animais (COHAB SÃO PAULO, 2004). [4]

A  mudança  da  forma  de  inserção  da  favela  Jardim  Panorama  na  produção econômica da metrópole ocorreu, quando, em meados da década de 1960, a Companhia Light passou a vender enormes extensões de terras nas imediações, para  empresas  do  setor  imobiliário.  Esse  período  marca  a  transição,  de  uma  lógica de uso dos terrenos da região baseada na economia de subsistência e no pequeno  comércio,  para  uma  lógica  ditada  pelo  mercado  imobiliário  (SEABRA, Odete,  1987,  p.  253).  Já  na  década  de  1970,  essa  passagem  estava  completa. Em artigo de 1973, Lúcio Kowarick aponta que, apesar da existência de áreas de roçado na favela, a tônica das atividades profissionais era imposta pela necessidade, na redondeza, de trabalhadores da construção civil. Dessa forma, assim  como  no  caso  das  favelas  Real  Parque  e  Paraisópolis,  a  favela  Jardim Panorama se consolidava como um dos pontos de entrada e permanência de migrantes que buscavam emprego no ramo da construção civil, devido às oportunidades  oferecidas  pelo  bairro  do  Morumbi.[4]

Entre os anos de 1975 e 1985, houve um considerável crescimento demográfico na favela, expresso pelo adensamento na ocupação dos espaços e pela fragmentação dos lotes existentes. Cabe ressaltar que os serviços públicos básicos chegaram nessa época: o abastecimento de água em 1981 e o serviço de eletricidade em 1982, dada a pressão da demanda já consolidada na favela. A partir da década de 1990, com o aumento dos investimentos públicos e privados na região Sudoeste como um todo, a favela Jardim Panorama entrou com maior intensidade nos circuitos de valorização fundiária. Devido, fundamentalmente, à sua localização, uma série de estratégias foram colocadas em prática, com o intuito de realizar o potencial de valorização dos terrenos onde se edifica a favela,como se observará na sequência do texto. De fato, desde o começo da ocupação da favela Jardim Panorama, houve boatos que a mesma seria removida. Esses boatos  passaram  a  intensificar-se  em  meados  de  2005,  com  o  começo  da construção do Empreendimento Parque Cidade Jardim. [4]

Atualmente a Prefeitura propõe investir recursos da Operação Urbana Faria Lima no território para Intervenção urbanística Favela Panorama, e implantação de Ciclopassarela Real Parque Panorama. [5] Entretanto, Ação Civil Pública nº 1035702-69.2016.8.26.0053, que suscitou a realização de cadastro realizado por SEHAB em abril/2024, que aponta para a existência de “aproximadamente 297 famílias que serão removidas da Área dos Eucaliptos (Favela Jardim Panorama). [6]

Atividades Socioculturais

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Projeto Casulo
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O Casulo é uma organização da sociedade civil (OSC) que atua com crianças, adolescentes, jovens e famílias das comunidades do Real Parque e Jardim Panorama, oferecendo atividades socioeducativas, culturais, de educação para o trabalho e interação comunitária. O Casulo oferece três programas sociais: Centro para Crianças e Adolescentes (CCA); Olhando além (Programa de Educação para o Trabalho); e Interação. Além disso, o Casulo abre suas portas para a comunidade do Real Parque fazer uso do espaço. [7]

Acesso à Áreas Verdes

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O Jardim Panorama se encontra muito próximo geograficamente ao Parque Linear Bruno Covas Novo Rio Pinheiros, cerca de 200 metros de distância das margens do Rio. Entretanto, o acesso seguro mais próximo é a Ponte Cidade Jardim, que pode ser feito de ônibus em 30 a 40 minutos, além de uma caminhada de 800m antes do embarque. O acesso por bicicleta é feito por um trajeto de 2,9 km, sem nenhum tipo de estrutura cicloviária, e o acesso a pé por um trajeto de 2,9 km, cerca de 37 minutos. [8]

Referências
  1. «Pesquise seu Distrito». Consultado em 27 de agosto de 2009. Arquivado do original em 12 de dezembro de 2009 
  2. Favela protesta em lançamento de condomínio bilionário
  3. DE OLIVEIRA, ANDRÉ (25 de janeiro de 2016). «A favela do Parque Cidade Jardim: uma metáfora da São Paulo moderna». El Pais. Consultado em 6 de agosto de 2024 
  4. a b c D’Andrea, Tiarajú (20 de junho de 2012). «O real panorama da polis: conflitos na produção do espaço em favelas localizadas em bairro da elite de São Paulo». FAUUSP. Revista do Programa da Pós em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP. 19 (31 (2012)): 44-65. Consultado em 6 de agosto de 2024 
  5. «Prefeitura propõe investir recursos da Operação Urbana Faria Lima em moradias e reurbanização da favela Paraisópolis». Prefeitura de São Paulo. 23 de fevereiro de 2022. Consultado em 6 de agosto de 2024 
  6. «RESOLUÇÃO SÃO PAULO URBANISMO/OPERAÇÃO URBANA FARIA LIMA Nº 2 DE 10 DE JUNHO DE 2024». Prefeitura de São Paulo. 10 de junho de 2024. Consultado em 6 de agosto de 2024 
  7. «Em formato híbrido, Observatório da Gastronomia realiza a 2ª Reunião de Governança em 2024 - Projeto Casulo recebeu o encontro, que teve experiência imersiva na entidade». Prefeitura de São Paulo. 23 de maio de 2024. Consultado em 6 de agosto de 2024 
  8. «Caminhando Juntas Rio Pinheiros». Instituto Caminhabilidade. Relatório Caminhando Juntas Rio Pinheiros: 35. São Paulo, 2023. Consultado em 6 de agosto de 2024  Verifique data em: |data= (ajuda)
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