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Platacanthomyidae

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaPlatacanthomyidae
Ocorrência: Mioceno Inferior - Recente
Platacanthomys lasiurus
Platacanthomys lasiurus
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Superfamília: Muroidea i.s.
Família: Platacanthomyidae
Alston, 1876
Gêneros
Neocometes

Platacanthomys
Typhlomys

Sinónimos

Platacanthomyinae Alston, 1876
Platacanthomyidae Miller e Gidley, 1918
Platacanthomyini Ognev, 1947
Typhlomyinae Ognev, 1947

Platacanthomyidae é uma família de roedores incluída na superfamília Muroidea. Sua relação de parentesco com as outras famílias ainda é incerta. São encontrados na Índia, China e Vietnã. Pouco se conhece dos hábitos reprodutivos, alimentares e comportamentais dos membros da família. Acredita-se que sejam arbóreos e noturnos.

Distribuição geográfica e habitat

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A família tem uma distribuição geográfica descontinua. Eles são encontrados em várias regiões da Ásia: sul da Índia, sul da China e norte do Vietnã. Estes roedores vivem em florestas tropicais e subtropicais úmidas e com afloramentos rochosos, em elevações de 600 a 2.100 metros. Habitam buracos, cavidades de árvores e fendas entre rochas, frequentemente perto de riachos.

Características

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Os membros da família tem uma aparência semelhantes aos ratos, medindo entre 70 e 212 centímetros de comprimento, e com uma cauda de 75 a 138 centímetros. Pêlos grossos e longos formam um tufo na ponta da cauda. Os pés são finos e pequenos com dígitos de tamanho médio. Quatro dos dígitos dos membros dianteiros tem garras, o quinto é rudimentar. Longas vibrissas protraem do focinho relativamente curto. As orelhas são proeminentes e esparsamente cobertas. Dimorfismo sexual não foi descrito para este grupo.

A fórmula dentária é . Os molares da maxila possuem três raízes cada; na mandíbula apenas duas. Os primeiros dois molares têm o mesmo tamanho, e o terceiro 2/3 do tamanho dos outros. O esmalte nos dentes incisivos é alaranjado. A mandíbula possui um processo coronóide angular que na maioria das espécies está posicionado um pouco mais acima que o processo condilóide. A região interorbital e interparietal são largas, o occipício é profundo, e os foramens infraorbitais são grandes e estreitos. A superfície lateral do canal alisfenóide é formada pelo osso alisfenóide. A fossa pterigóide, que pode ou não ser perfurada por pequenos orifícios, é larga, achatada e uniforme com as laterais da caixa craniana. A bula auditiva é relativamente pequena e não possui o septo transbular.

Sinapomorfias

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A família Platacanthomyidae possui algumas sinapomorfias:[1]

  • superfície oclusal dos molares formada por cristas oblíquas paralelas de esmalte;
  • incisivos superiores entalhados;
  • superfície mastigatória do molar é plana;
  • dois foramens alargados no palatino entre os primeiros molares superiores;
  • forame maxilar posterior largo;
  • foramens palatino dorsal e esfenopalatino fundidos;
  • processo coronóide pequeno no dentário;
  • ausência do forame oval acessório;
  • tufo terminal na cauda.

Comportamento

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Poucas informações são disponíveis sobre o comportamento desses roedores [1]. Sabe-se que o Platacanthomys é arbóreo, e que um espécime em cativeiro mostrava sinais de letargia durante o dia, sugerindo hábitos noturnos. Assume-se que o Typhlomys apresente os mesmos hábitos.

A dieta desses roedores incluem frutos, sementes, vagens, brotos e raízes [1].

Não existem informações a respeito dos aspectos reprodutivos da família Platacanthomyidae.[1]

Classificação

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História taxonômica

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Os gêneros Typhlomys e Platacanthomys foram inicialmente agrupados na Platacanthomyinae, uma subfamília da Gliridae (Ellerman 1940, 1961; Ognev 1947). Simpson (1945) elevou o grupo a família, mas ainda relatada a Gliridae, a posicionou na superfamília Gliroidea. Devido a características dentárias, como a ausência de pré-molares, e pela bula auditiva pequena e sem septo, a família foi posteriormente posicionada entre os Muroidea, achados paleontológicos posteriores confirmaram esse posicionamento [2]. Alguns pesquisadores a classificaram como relatada a Cricetidae (G. M. Allen 1940; Qiu 1989; Pavlinov et al. 1995), ou então consideravam-na como subfamília ou tribo da Cricetidae (Chaline et al. 1977; Reig 1980). Outros a posicionaram como subfamília da Muridae (Alston 1876; Carleton e Musser 1984; Musser e Carleton 1993; Nowak 1999). Atualmente, Carleton e Musser (2005) a consideram uma família distinta, entretanto, a relação entre ela e os demais membros da superfamília continua incerta.[1] A posição filogenética da família ainda não foi investigada com análise molecular [3]. Steppan e colaboradores posicionaram a família como incertae sedis dentro da Muroidea [4]. Ela pode ser distinguida da família Spalacidae e dos Eumuroidea pelo distinto formato do canal infraorbital e pela presença de múltiplas aberturas no palato.

A família possui três gêneros e cerca de dez espécies descritas [2][5].

  • Família Platacanthomyidae Alston, 1876
    • Gênero †Neocometes Schaub & Zapfe, 1953
      • Neocometes brunonis Schaub & Zapfe, 1953
      • Neocometes orientalis Mein, Ginsburg & Ratanasthien, 1990
      • Neocometes similis Fahlbusch, 1966
    • Gênero Platacanthomys Blyth, 1859
    • Gênero Typhlomys Milne-Edwards, 1877
      • Typhlomys cinereus Milne-Edwards, 1877
      • Typhlomys chapensis (Osgood, 1932) [nota 1]
      • Typhlomys hipparionium Qiu, 1989
      • Typhlomys intermedius Zheng, 1993
      • Typhlomys macrourus Zheng, 1993
      • Typhlomys primitivus Qiu, 1989

Conservação

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Das duas espécies listas pela IUCN 2008, apenas a Platacanthomys lasiurus encontra-se vulnerável [6]. A espécie, Typhlomys cinereus, apesar de ser considerada fora de perigo, necessita de revisão taxonômica. Entre 2004-2007, a IUCN reconheceu o Typhlomys chapensis como uma espécie distinta e classificando-a em perigo crítico. Este táxon é conhecido de uma única localidade no norte do Vietnã, sendo atualmente considerado como subespécie do T. cinereus.

  1. Baseado no estudo de espécimes conservados em museus, Musser e Carleton (1993) consideraram o chapensis como uma espécie distinta devido ao seu grande tamanho, membros posteriores escuros, e ventre castanho escuro (branco-acinzentado no cinereus), que juntos distinguiam-no do típico cinereus de Fujian. Em 1996, Wang et al., com o aumento dos espécimes para estudo e pela expansão geográfica, interpretaram o táxon do Vietnã, dentro das variações que definem uma única espécie, com todos os cinco espécie-grupos mantidos como subespécies. Musser e Carleton (2005) seguiram os trabalhos de Wang e colaboradores, e reconheceram apenas uma espécie recente para o gênero Typhlomys.
  1. a b c d e POOR, A. 2005. "Platacanthomyidae". Animal Diversity Web. Acessado em 25 de janeiro de 2009.
  2. a b MUSSER, G. G., CARLETON, M. D. (2005). Superfamily Muroidea in Wilson, D. E., Reeder, D. M. (eds). Mammal Species of the World a Taxonomic and Geographic Reference. 3ª edição. Johns Hopkins University Press, Baltimore. vol. 2, pp. 894-1531.
  3. LAZZARI, V.; CHARLES, C.; TAFFOREAU, P.; VIANEY-LIAUD, M.; AGUILAR, J.-P.; JAEGER, J.-J.; MICHAUX, J.; VIRIOT, L. (2008). Mosaic Convergence of Rodent Dentitions. PLoS ONE 3 (10): e3607.
  4. STEPPAN, S.; ADKINS, R.; ANDERSON, J. (2004). Phylogeny and Divergence-Date Estimates of Rapid Radiations in Muroid Rodents Based on Multiple Nuclear Genes. Systematic Biology 53 (4): 533-553.
  5. McKENNA, M. C.; BELL, S. K. Classification of Mammals: Above the Species Level. New York: Columbia University Press, 1997. p. 631.
  6. IUCN 2008. Platacanthomyidae.2008 IUCN Red List of Threatened Species. Acessado em 26 de janeiro de 2009.