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Albano Beirão: diferenças entre revisões

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==Ver também==
*[[Lobisomem]]
*[[Licantropia]]





Revisão das 20h55min de 20 de abril de 2007

Albano de Jesus Beirão (Aveloso, 1 de Agosto de 1884 - Sé (Guarda), 2 de Agosto de 1976), o famoso e mítico "Homem-Macaco".

Infância e juventude

Nasceu na aldeia de Aveloso, concelho da Meda, distrito da Guarda, em 1884, filho de António Beirão (natural das Asturias) e de Felícia de Jesus (natural de Aveloso)[1]. A partir dos sete anos de idade começou a ser vítima de uns estranhos ataques que o transfiguravam por completo, que nunca chegaram a ser devidamente diagnosticados ou explicados, e que lhe conferiam poderes sobrenaturais. Deixava de conhecer as pessoas, ficava com uma força descomunal, perdia peso e dava saltos enormes, inconcebíveis, trepava pelas paredes, rebolava-se pelo solo, corria e uivava como um lobo ou um cão, percorrendo as estreitas ruas da aldeia, de dia ou de noite, estarrecendo os moradores. Deixou de frequentar a escola porque colegas e professor lhe tinham verdadeiro horror.

Os ataques passaram a ser frequentes e os habitantes, embora com receio, acabaram por se acostumar ao "Albaninho" ou "Albano do Mal", como lhe chamavam. Diziam que o jovem era possuído por um "espírito ruim" que o deixava naquele estado. À soleira das portas, colocavam-lhe bacias cheias de água que Albano sorvia sofregamente em quantidades imensas. Contam-se muitas histórias acerca das suas proezas. Costumava subir ao pelourinho da aldeia de cabeça para baixo e as pernas para cima e chegando ao topo da coluna fazia o pino sobre a cabeça. Andava de roupa interior, mas apesar das suas correrias violentas nunca rompeu a roupa. Metia-se nas tocas das raposas e expulsava-as de lá mais as suas crias ou, então, dava coices às mulas.

Vida adulta e morte

Albano de Jesus cresceu e chamou as atenções onde quer que fosse. Era o terror da baixa de Lisboa (onde foi alcunhado de "Homem-Macaco"), dos comerciantes do Porto (onde facilmente trepou a torre dos Clérigos), das feiras onde ia e onde afugentava multidões. As autoridades não sabiam que lhe fazer, pois não era criminoso nem louco, e acabaram por deportá-lo para Angola numa tentativa de lhe dar sumiço. Conta-se que durante a viagem foi atirado borda fora, e que Albano passou debaixo do casco do navio, nadando debaixo de água até à costa. Esteve em África durante dois anos, onde aterrorizou nativos e lutou com leões sem nunca se ferir.

De volta a Portugal, foi nomeada uma comissão científica de três médicos que estudou o seu extraordinário caso[2]. Os médicos levaram Albano Beirão a vários centros universitários europeus, na Itália, Inglaterra, Alemanha, Rússia, Espanha, Bélgica e Suíça. Aparentemente, a sua perturbação nunca foi diagnosticada. A partir dos 50 anos, os ataques desapareceram tão misteriosamente como surgiram.

Segundo os testemunhos, Albano Beirão teve mulher e duas filhas. Uma das filhas morreu internada num asilo em Lisboa e a mulher acabaria por abandoná-lo levando a outra filha consigo. Os seus conhecidos e familiares referem que no seu estado normal Beirão era um homem pacífico e caridoso.

Albano Beirão morreu no Hospital da Guarda, um dia depois do seu 92º aniversário[3]. Sensacional em vida, também o foi depois de morto. O seu enterro suscitou espanto na aldeia, pois do caixão escorria sangue. Alguém disse que o cadáver não estava inteiro, pois Albano "teria vendido a sua cabeça aos alemães" para estudo post-mortem.

Notas

  1. Assento de baptismo.
  2. Em 2000, no episódio da série televisiva Fenómeno dedicado a Albano Beirão (produzida por Mínima Ideia e transmitida pela RTP), uma médica que consultou o seu processo guardado no Hospital Conde de Ferreira, no Porto, refere que Beirão sofria episódios de levitação. Pela descrição dos sintomas é possível que Albano Beirão tivesse o síndroma de kundalini.
  3. Assento de baptismo

Ver também


Ligações externas

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