Saltar para o conteúdo

As Duas Torres: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Legobot (discussão | contribs)
m A migrar 28 interwikis, agora providenciados por Wikidata em d:q332388
 
(Há 44 revisões intermédias de 27 utilizadores que não estão a ser apresentadas)
Linha 1: Linha 1:
{{Nota:|Se procura o filme baseado no livro de J. R. R. Tolkien, veja [[The Lord of the Rings: The Two Towers]]}}
{{Info/Livro
{{Info/Livro
| nome = The Two Towers
| nome = The Two Towers
| título_língua_pt= As Duas Torres
| título_língua_pt = As Duas Torres
| imagem = Asduastorres.jpg
| imagem = Asduastorres.jpg
| legenda = Capa do livro da edição brasileira.
| legenda = Capa do livro da edição brasileira.
| autor = [[J.R.R Tolkien]]
| autor = [[J. R. R. Tolkien]]
| idioma = [[Língua inglesa|Inglês]]
| idioma = [[Língua inglesa|Inglês]]
| origem = [[Inglaterra]]
| origem = {{GBR}}
| assunto =
| assunto =
| gênero = [[Fantasia (gênero)|Fantasia]]
| gênero = [[Fantasia (gênero)|Fantasia]]
| série = ''[[O Senhor dos Anéis]]''
| série = [[O Senhor dos Anéis]]
| tempo =
| tempo =
| espaço = [[Terra Média]]
| espaço = [[Terra Média]]
| ilustrador =
| ilustrador =
| artista_capa =
| artista_capa =
| editora = [[George Allen & Unwin]]
| editora = [[George Allen & Unwin]]
| lançamento = [[11 de Novembro]] de [[1954]]
| lançamento = [[11 de novembro]] de [[1954]]
| formato =
| formato =
| páginas =
| páginas = 352 (primeira edição)
| isbn =
| isbn =
| título_br = As Duas Torres
| título_br =
| tradutor_br = Lenita Maria Rimoli Esteves e Almiro Pisetta
| tradutor_br = [[Ronald Kyrmse]]
| editora_br = [[Martins Fontes (editora)|Martins Fontes]]
| editora_br = [[HarperCollins]]
| lançamento_br = 2000 (4ª Edição)
| lançamento_br = 2019
| isbn_br = 8533613385
| isbn_br = 978-85-95084-76-6
| páginas_br = 552
| páginas_br = 464
| título_pt = As Duas Torres
| título_pt =
| tradutor_pt = Fernanda Pinto Rodrigues
| tradutor_pt = Fernanda Pinto Rodrigues
| editora_pt = [[Europa-América]]
| editora_pt = [[Europa-América]]
| lançamento_pt = Novembro de 2003 (15ª Edição)
| lançamento_pt = Novembro de 2003 (15ª Edição)
| isbn_pt = 978-972-1-04144-8
| isbn_pt = 978-972-1-04144-8
| páginas_pt = 388
| páginas_pt = 388
| precedido_por = ''[[The Fellowship of the Ring]]''
| precedido_por = ''[[The Fellowship of the Ring|A Sociedade do Anel]]''
| seguido_por = ''[[The Return of the King]]''
| seguido_por = ''[[The Return of the King|O Retorno do Rei]]''
}}
}}


'''''As Duas Torres''''' é o nome do segundo volume da trilogia ''[[O Senhor dos Anéis]]'', do [[Filologia|filólogo]] e professor britânico [[J. R. R. Tolkien]]. Narra a continuação da história desde o rompimento da [[Sociedade do Anel]]. O titulo do livro trata das Torres de [[Orthanc]] ([[Isengard]]) e [[Minas Morgul]].
'''''The Two Towers''''' ('''As Duas Torres''', no Brasil e em Portugal) é o segundo volume da trilogia ''[[O Senhor dos Anéis]]'', escrita pelo professor e [[Filologia|filólogo]] britânico [[J. R. R. Tolkien]]. É a continuação de ''[[A Sociedade do Anel]]'' e antecede ''[[O Retorno do Rei]]''. Foi publicado originalmente em 11 de novembro de 1954.


== Título e publicação ==
No incio de As Duas Torres vemos o rompimento da Sociedade e a morte gloriosa de [[Boromir]]. Antes de morrer, [[Boromir]] lutou bravamente protegendo os [[hobbits]] e matou muitos orcs.
Tolkien pensou ''O Senhor dos Anéis'' como uma obra de volume único dividido em seis seções que ele chamou de "livros", juntamente com extensos apêndices<ref>{{Citar web|url=https://screenrant.com/lord-of-the-rings-tolkien-6-books-why/|titulo=Why Lord of the Rings is Actually 6 Books, Not 3|data=2019-11-23|acessodata=2022-06-28|website=ScreenRant|lingua=en-US}}</ref>. O trabalho, porém, foi dividido em três volumes. As Duas Torres compreende os livros III e IV<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954}}</ref>.


Tolkien escreveu: "As Duas Torres é o mais próximo possível de um título que cubra os tão divergentes livros III e IV; e pode ser deixado ambíguo.{{Nota de rodapé|"The Two Towers gets as near as possible to finding a title to cover the widely divergent Books Three and Four; and can be left ambiguous.", no original.}}<ref name=":0">{{citar livro|título=The Letters of J. R. R. Tolkien|ultimo=Carpenter|ano=1981|isbn=978-0-395-31555-2}}</ref>" Tolkien também propôs nomes individuais a cada livro. O livro III se chamaria "''The Treason of Isengard''"{{Nota de rodapé|"A Traição de Isengard", em tradução livre.}}. O livro IV se chamaria "''The Journey of the Ringbearers''"{{Nota de rodapé|"A Jornada dos Portadores-do-Anel", em tradução livre.}} ou "''The Ring Goes East''"{{Nota de rodapé|"O Anel Vai Para O Leste", em tradução livre.}}.
Então [[Aragorn]], [[Legolas]] e [[Gimli]] colocaram seu corpo em um barco para oferece-lo ao [[Anduim]].


Em cartas a Rayner Unwin, Tolkien cogitou identificar as duas torres como [[Orthanc]] e [[Barad-dûr]], [[Minas Tirith]] e Barad-dûr, ou Orthanc e a [[Cirith Ungol|Torre de Cirith Ungol]]<ref name=":0" />. Mais tarde, entretanto, Tolkien desenhou uma capa para o livro, o que identificou o par como Orthanc e [[Minas Morgul]]<ref name=":1">{{citar web|url=https://pod.museoteca.com/oxford//img/web/images/00422.jpg|titulo=Desenho original de Tolkien para a capa de "The Two Towers".}}</ref>. Na ilustração, Orthanc é uma torre preta de três pontas, com o símbolo da mão branca de Saruman ao lado; Minas Morgul é uma torre branca com uma lua crescente acima, em referência ao seu nome original, Minas Ithil, a Torre da Lua. Entre as duas voa um [[Nazgûl]]<ref name=":1" />.
{{quote2|''Dobraram o capuz e o manto élfico, colocando-os sob sua cabeça. Pentearam seus longos cabelos escuros, arrumando-os sobre os ombros. O cinto dourado de [[Lórien]] reluzia em sua cintura. O elmo foi colocado ao lado do corpo, e atravessados sobre seu colo colocaram a corneta partida e o punho com os fragmentos da lâmina da espada; sob os pés colocaram as espadas dos inimigos. Então, fixando a proa à popa do outro barco, arrastaram-no até a água.|Trecho do Livro''}}<br />
<br />
Após colocar o barco que jazia [[Boromir]] na água, os três companheiros permaneceram em silêncio, obeservando o Rio que levava [[Boromir]].<br>
<br />
[[Aragorn]] e [[Legolas]] entoaram um canto de lamento pela morte de [[Boromir]]:<br />
<br />
[[Ficheiro:Cquote1.svg|20px]]''Então [[Aragorn]] falou.
''— Da Torre Branca vão procurá-lo, mas ele não mais retornará das montanhas ou do mar. Depois, lentamente, começou a cantar:''<br />
<br />''Por [[Rohan]] sobre charco e campo onde alta cresce a grama<br />
''O Vento Oeste vai voando e em torno aos muros clama.<br />''
''Que novas tu, ó Vento, vais à noite revelar?<br />''
''Viste [[Boromir]], o Alto, andando no luar?<br />''
''Por amplas águas sete rios escuros o vi descer; <br />''
''Por terras ermas foi-se embora até desaparecer<br />''
''Nas sombras que cobrem o norte. Não mais vi ao redor.<br />''
''O Vento Norte viu talvez o Filho de [[Denethor]]<br />''
''Ó [[Boromir]]! Dos altos muros o oeste eu entrevi,<br />''
''Mas da região de homens deserta voltar eu não te vi.<br />''
'''-''' ''Então [[Legolas]] cantou: <br />''
''Da boca do Mar das pedras e dunas o Vento Sul vôa;<br />''
''Traz das gaivotas o lamento, e ao portão geme à toa.<br />''
''Que novas do sul, ó lamuriento, esta noite tu me dás?<br />''
''Onde está o Belo [[Boromir]]? Demora e eu não tenho paz.<br />''
''Onde ele mora não perguntes. Lá tantos ossos vão<br />''
''Em praias brancas ou escuras sob tormentoso chão.<br />''
''Desceram tantos o [[Anduin]] fluindo para o Mar.<br />''
''O Vento Norte detém novas de quem aqui vai passar <br />''
''Ó [[Boromir]]! Além das portas ao sul a estrada investe,<br />''
''Mas tu do Mar com as gaivotas chorosas não vieste. <br />''
'''-''' ''Depois [[Aragorn]] de novo cantou: <br />''
''Dos portões reais o Vento Norte vem e as cataratas sobrevoa;<br />''
''E claro e frio em torno à torre sua trompa alto ecoa. <br />''
''Que novas do norte, ó vento forte, me trazes nesta hora? <br />''
''Que é de [[Boromir]], o Ousado? Há tempos foi embora. <br />''
''No [[Amon Hen]] ouvi seu grito. Com muitos s e bateu.<br />''
''O seu [[broquel]] e sua espada o rio os recebeu.<br />''
''A fronte alta, o rosto belo, o corpo ao rio doaram; <br />''
''E [[Rauros]], de ouro Cataratas, ao peito o carregaram. <br />''
''A Torre da Guarda, ó [[Boromir]]. Ao norte observará <br />''
''As Cataratas de ouro, [[Rauros]], até que o tempo findará.''[[Ficheiro:Cquote2.svg|20px]]<br />


== Conteúdo ==
Algumas edições contêm um resumo para leitores que não leram os volumes anteriores. O corpo do volume consiste no Livro III e Livro IV.


== Livro III ==
=== Livro III ===
Após tentar tirar o [[Anel de Sauron|Anel]] de [[Frodo Baggins|Frodo]], [[Boromir]] é alvejado e morto por um grupo de [[Orcs (Terra Média)|orques]], os Uruk-hai, mandados por Saruman. Eles capturam Merry e Pippin e começam a voltar para [[Isengard]]. [[Aragorn]], [[Legolas]] e [[Gimli (personagem)|Gimli]] encontram o corpo de Boromir e lhe preparam um funeral no rio [[Anduin]]<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=The Departure of Boromir}}</ref>. O grupo então decide perseguir os orques e resgatar os hobbits. No [[Rohan (Terra-Média)|Reino de Rohan]], os orques são mortos pelos Cavaleiros de Rohan, liderados por Éomer<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=The Uruk-hai}}</ref>. Merry e Pippin fogem para a Floresta de Fangorn, onde encontram Barbárvore, um ''ent'', que os leva para sua casa na floresta<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=Treebeard}}</ref>. Aragorn, Legolas e Gimli rastreiam os hobbits até a Floresta de Fangorn, onde inesperadamente encontram [[Gandalf]]<ref name=":2">{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=The White Rider}}</ref>.
{|
|
;'''Brasil - Editora Martins Fontes Ltda.'''
* 01 - A Partida de Boromir
* 02 - Os Cavaleiros de Rohan
* 03 - Os Uruk-hai
* 04 - Barbárvore
* 05 - O Cavaleiro Branco
* 06 - O Rei do Palácio Dourado
* 07 - O Abismo de Helm
* 08 - A Estrada para Isengard
* 09 - Escombros e Destroços
* 10 - A Voz de Saruman
* 11 - O Palantír
|'''Inglaterra - Allen & Unwin Publishers Ltd.'''
* 01 - The Departure of Boromir
* 02 - The Riders of Rohan
* 03 - The Uruk-hai
* 04 - Treebeard
* 05 - The White Rider
* 06 - The King of the Golden Hall
* 07 - Helm's Deep
* 08 - The Road to Isengard
* 09 - Flotsam and Jetsam
* 10 - The Voice of Saruman
* 11 - The Palantir
|}


Gandalf explica que matou o [[Balrog]], e que ele próprio também morreu na luta, mas que foi mandado de volta à [[Terra Média]] para completar sua missão e que agora se tornou Gandalf, o Branco, substituindo Saruman como chefe dos magos<ref name=":2" />. Ele assegura que Merry e Pippin estão seguros e leva o grupo para [[Edoras]], onde livra o Rei Théoden da influência maligna de Gríma Língua-de-Cobra<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=The King of the Golden Hall}}</ref>. Théoden convoca os Rohirrim para defenderem o [[Abismo de Helm]] e atacarem Isengard.
== Livro IV ==
{|
|
;'''Brasil - Editora Martins Fontes Ltda.'''
* 01 - Sméagol Domado
* 02 - A Travessia dos Pântanos
* 03 - O Portão Negro Está Fechado
* 04 - De Ervas e Coelho Cozido
* 05 - A Janela no Oeste
* 06 - O Lago Proibido
* 07 - Viagem às Encruzilhadas
* 08 - As Escadas de Cirith Ungol
* 09 - A Toca de Laracna
* 10 - As Escolhas de Mestre Samwise
|'''Inglaterra - Allen & Unwin Publishers Ltd.'''
* 01 - The Taming of Smjagol
* 02 - The Passage of the Marshes
* 03 - The Black Gate is Closed
* 04 - Of Herbs and Stewed Rabbit
* 05 - The Window on the West
* 06 - The Forbidden Pool
* 07 - Journey to the Cross-Roads
* 08 - The Stairs of Cirith Ungol
* 09 - Shelob's Lair
* 10 - The Choices of Master Samwise
|}


Quando chegam em Isengard, encontram-na destruída e inundada pelos ''ents,'' com Saruman preso em sua torre<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=The Road to Isengard}}</ref>. Théoden, Aragorn, Legolas, Gimli e Gandalf encontram Merry e Pippin relaxando nas ruínas, onde contam suas respectivas jornadas até ali<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=Flotsam and Jetsam}}</ref>. Em Orthanc, Gandalf oferece uma chance para que Saruman se junte ao lado do bem, mas Saruman recusa e Gandalf quebra-lhe o cajado<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=The Voice of Saruman}}</ref>. Ao saírem, Língua-de-Cobra atira um objeto duro e esférico para matar Gandalf, mas erra o alvo, e Pippin apodera-se do objeto. Gandalf decide guardá-lo, mas Pippin, curioso, o furta à noite. É revelado que o objeto é um palantír<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=The Palantir}}</ref>, uma pedra que Saruman usava para se comunicar com [[Sauron]]. Sauron vê Pippin, e pensa que ele está preso em Orthanc. Gandalf parte imediatamente com Pippin a [[Minas Tirith]].
== {{Ver também}} ==
* [[A Sociedade do Anel]]
* [[O Retorno do Rei]]


=== Livro IV ===
{{esboço-tolkien}}
Frodo e Sam, a caminho de [[Mordor]], passam dificuldades no acidentado terreno das Emyn Muil, e percebem que estão sendo seguidos; mas, durante a noite, conseguem capturar [[Gollum]]<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=The Taming of Sméagol}}</ref>. Frodo faz com que Gollum jure servi-lo, Portador-do-Anel, e os guiar a Mordor. Gollum os guia através dos Pântanos Mortos<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=The Passage of the Marshes}}</ref>. Sam ouve Gollum debatendo, com seu alter ego, Sméagol, se ele deveria quebrar a promessa e roubar o Anel, ou não.

O Portão Negro de Mordor é muito bem guardado<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=The Black Gate is Closed}}</ref>, então Gollum os guia por [[Ithilien]]<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=Of Herbs and Stewed Rabbit}}</ref>, para que possam entrar por um caminho secreto que ele conhece. Na estrada eles encontram Faramir, irmão de Boromir, que os leva a Henneth Annûn<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=The Window on the West}}</ref>. Lá, Faramir resiste à tentação do Anel e os libera para seu caminho.

Gollum, pretendendo trair Frodo e Sam, leva-os à toca da grande aranha Laracna, que vive ali<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=Shelob's Lair}}</ref>. Frodo é picado e desfalece devido ao forte veneno. Sam usa [[Ferroada]] e o Frasco de Galadriel para ferir seriamente Laracna, que recua. Acreditando que Frodo está morto, Sam pega o Anel e continua a jornada sozinho. Orques encontram Frodo e, os ouvindo, Sam descobre que ele está vivo<ref>{{citar livro|título=The Two Towers|ultimo=TOLKIEN|primeiro=J. R. R.|ano=1954|capitulo=The Choices of Master Samwise}}</ref>.

== Recepção Crítica ==
No ''[[The New York Times]]'', [[Donald Barr]] deu uma crítica positiva, chamando-o de "um trabalho extraordinário – pura emoção, narrativa desimpedida, calor moral, regozijo descarado na beleza, mas emoção acima de tudo"{{Nota de rodapé|"an extraordinary work – pure excitement, unencumbered narrative, moral warmth, barefaced rejoicing in beauty, but excitement most of all", no original.}}<ref>{{Citar web|url=https://archive.nytimes.com/www.nytimes.com/books/01/02/11/specials/tolkien-two.html|titulo=Shadowy World of Men and Hobbits|acessodata=2022-06-28|website=archive.nytimes.com}}</ref>.

Anthony Boucher, analisando o volume em ''[[The Magazine of Fantasy & Science Fiction]]'', escreveu que As Duas Torres "faz exigências excessivas à paciência de seus leitores"{{Nota de rodapé|"makes inordinate demands upon the patience of its readers", no original.}} com passagens que "poderiam ser cortadas sem afetar a forma ou o conteúdo"{{Nota de rodapé|"could be lopped away without affecting form or content", no original.}}. No entanto, ele elogiou o volume, dizendo que "nenhum escritor, exceto [[Eric Rücker Eddison|E. R. Eddison]], criou sua própria mitologia de forma tão satisfatória e convincente e a descreveu vividamente em algumas das prosas mais puras e bonitas que esta dura década viu impressa."{{Nota de rodapé|"no writer save E. R. Eddison has ever so satisfactorily and compellingly created his own mythology and made it come vividly alive ... described in some of the most sheerly beautiful prose that this harsh decade has seen in print.", no original.}}<ref>{{citar periódico |titulo=Recommended Reading |data=Agosto de 1955 |jornal=The Magazine of Fantasy & Science Fiction |ultimo=Boucher |primeiro=Anthony |pagina=93}}</ref>.

O [[The Times Literary Supplement|The Times Literary Supplements]] o chamou de "épico em prosa em louvor à coragem"{{Nota de rodapé|"prose epic in praise of courage", no original.}} e afirmou que o [[Númenor|Westernesse]] de Tolkien "chega ao nível da imaginação do leitor com [[Asgard]] e [[Camelot]]"{{Nota de rodapé|"comes to rank in the reader's imagination with Asgard and Camelot", no original.}}<ref>{{citar periódico |titulo=The Epic of Westernesse |data=17 de dezembro de 1954 |jornal=The Times Literary Supplement |pagina=817}}</ref><ref name=":3">{{citar periódico |titulo=Early Review of Books by J.R.R. Tolkien - Part II |jornal=Mythlore |ultimo=Thompson |primeiro=George H. |arquivourl= |arquivodata=}}</ref>.

Mahmud Manzalaoui, na ''Egyptian Gazette'', escreveu que o livro "não agradou os leitores do romance psicológico moderno básico"{{Nota de rodapé|"has not pleased readers of the staple modern psychological novel", no original.}}, mas que significava uma nova tendência na ficção<ref name=":3" /><ref>{{citar periódico |titulo=No Artificial Allegory in this Fairy Romance |data=1955 |jornal=Egyptian Gazette |ultimo=Manzalaoui |primeiro=Mahmud |pagina=2}}</ref>.

John Jordan, avaliando o livro para a Irish Press, escreveu admirando sua narrativa "tecendo romance épico, heróico, de parábola e de conto de fadas, e o tipo mais aventureiro de história de detetive, em um padrão ao mesmo tempo estranho e curiosamente familiar à nossa experiência"{{Nota de rodapé|"weaving of epic, heroic romance, parable, and fairy tale, and the more adventurous kind of detective story, into a pattern at once strange and curiously familiar to our experience", no original.}}. Ele comparou a morte e o reaparecimento do mago Gandalf à ressurreição de [[Cristo]]<ref name=":3" /><ref>{{citar periódico |titulo=The Little Life of Man |jornal=Irish Press |ultimo=Jordan |primeiro=John |pagina=4}}</ref>.
== Notas ==
<references group="nota"/>
{{Referências}}
== Ver também ==
* ''[[J. R. R. Tolkien]]'', autor da obra.
* [[The Return of the King|''O Retorno do Rei'']], terceiro e último volume da trilogia.

{{Navboxes
|title=O Senhor dos Anéis
|list1=
{{O Senhor dos Anéis}}
{{Bibliografia de Tolkien}}
{{Bibliografia de Tolkien}}
{{O Senhor dos Anéis (série de filmes)}}
{{Jogos eletrônicos baseados na Terra Média}}
}}


[[Categoria:O Senhor dos Anéis]]
[[Categoria:O Senhor dos Anéis]]

Edição atual tal como às 16h39min de 20 de dezembro de 2023

Nota: Se procura o filme baseado no livro de J. R. R. Tolkien, veja The Lord of the Rings: The Two Towers
The Two Towers
As Duas Torres
As Duas Torres
Capa do livro da edição brasileira.
Autor(es) J. R. R. Tolkien
Idioma Inglês
País  Reino Unido
Gênero Fantasia
Série O Senhor dos Anéis
Localização espacial Terra Média
Editora George Allen & Unwin
Lançamento 11 de novembro de 1954
Páginas 352 (primeira edição)
Edição portuguesa
Tradução Fernanda Pinto Rodrigues
Editora Europa-América
Lançamento Novembro de 2003 (15ª Edição)
Páginas 388
ISBN 978-972-1-04144-8
Edição brasileira
Tradução Ronald Kyrmse
Editora HarperCollins
Lançamento 2019
Páginas 464
ISBN 978-85-95084-76-6
Cronologia
A Sociedade do Anel
O Retorno do Rei

The Two Towers (As Duas Torres, no Brasil e em Portugal) é o segundo volume da trilogia O Senhor dos Anéis, escrita pelo professor e filólogo britânico J. R. R. Tolkien. É a continuação de A Sociedade do Anel e antecede O Retorno do Rei. Foi publicado originalmente em 11 de novembro de 1954.

Título e publicação[editar | editar código-fonte]

Tolkien pensou O Senhor dos Anéis como uma obra de volume único dividido em seis seções que ele chamou de "livros", juntamente com extensos apêndices[1]. O trabalho, porém, foi dividido em três volumes. As Duas Torres compreende os livros III e IV[2].

Tolkien escreveu: "As Duas Torres é o mais próximo possível de um título que cubra os tão divergentes livros III e IV; e pode ser deixado ambíguo.[nota 1][3]" Tolkien também propôs nomes individuais a cada livro. O livro III se chamaria "The Treason of Isengard"[nota 2]. O livro IV se chamaria "The Journey of the Ringbearers"[nota 3] ou "The Ring Goes East"[nota 4].

Em cartas a Rayner Unwin, Tolkien cogitou identificar as duas torres como Orthanc e Barad-dûr, Minas Tirith e Barad-dûr, ou Orthanc e a Torre de Cirith Ungol[3]. Mais tarde, entretanto, Tolkien desenhou uma capa para o livro, o que identificou o par como Orthanc e Minas Morgul[4]. Na ilustração, Orthanc é uma torre preta de três pontas, com o símbolo da mão branca de Saruman ao lado; Minas Morgul é uma torre branca com uma lua crescente acima, em referência ao seu nome original, Minas Ithil, a Torre da Lua. Entre as duas voa um Nazgûl[4].

Conteúdo[editar | editar código-fonte]

Algumas edições contêm um resumo para leitores que não leram os volumes anteriores. O corpo do volume consiste no Livro III e Livro IV.

Livro III[editar | editar código-fonte]

Após tentar tirar o Anel de Frodo, Boromir é alvejado e morto por um grupo de orques, os Uruk-hai, mandados por Saruman. Eles capturam Merry e Pippin e começam a voltar para Isengard. Aragorn, Legolas e Gimli encontram o corpo de Boromir e lhe preparam um funeral no rio Anduin[5]. O grupo então decide perseguir os orques e resgatar os hobbits. No Reino de Rohan, os orques são mortos pelos Cavaleiros de Rohan, liderados por Éomer[6]. Merry e Pippin fogem para a Floresta de Fangorn, onde encontram Barbárvore, um ent, que os leva para sua casa na floresta[7]. Aragorn, Legolas e Gimli rastreiam os hobbits até a Floresta de Fangorn, onde inesperadamente encontram Gandalf[8].

Gandalf explica que matou o Balrog, e que ele próprio também morreu na luta, mas que foi mandado de volta à Terra Média para completar sua missão e que agora se tornou Gandalf, o Branco, substituindo Saruman como chefe dos magos[8]. Ele assegura que Merry e Pippin estão seguros e leva o grupo para Edoras, onde livra o Rei Théoden da influência maligna de Gríma Língua-de-Cobra[9]. Théoden convoca os Rohirrim para defenderem o Abismo de Helm e atacarem Isengard.

Quando chegam em Isengard, encontram-na destruída e inundada pelos ents, com Saruman preso em sua torre[10]. Théoden, Aragorn, Legolas, Gimli e Gandalf encontram Merry e Pippin relaxando nas ruínas, onde contam suas respectivas jornadas até ali[11]. Em Orthanc, Gandalf oferece uma chance para que Saruman se junte ao lado do bem, mas Saruman recusa e Gandalf quebra-lhe o cajado[12]. Ao saírem, Língua-de-Cobra atira um objeto duro e esférico para matar Gandalf, mas erra o alvo, e Pippin apodera-se do objeto. Gandalf decide guardá-lo, mas Pippin, curioso, o furta à noite. É revelado que o objeto é um palantír[13], uma pedra que Saruman usava para se comunicar com Sauron. Sauron vê Pippin, e pensa que ele está preso em Orthanc. Gandalf parte imediatamente com Pippin a Minas Tirith.

Livro IV[editar | editar código-fonte]

Frodo e Sam, a caminho de Mordor, passam dificuldades no acidentado terreno das Emyn Muil, e percebem que estão sendo seguidos; mas, durante a noite, conseguem capturar Gollum[14]. Frodo faz com que Gollum jure servi-lo, Portador-do-Anel, e os guiar a Mordor. Gollum os guia através dos Pântanos Mortos[15]. Sam ouve Gollum debatendo, com seu alter ego, Sméagol, se ele deveria quebrar a promessa e roubar o Anel, ou não.

O Portão Negro de Mordor é muito bem guardado[16], então Gollum os guia por Ithilien[17], para que possam entrar por um caminho secreto que ele conhece. Na estrada eles encontram Faramir, irmão de Boromir, que os leva a Henneth Annûn[18]. Lá, Faramir resiste à tentação do Anel e os libera para seu caminho.

Gollum, pretendendo trair Frodo e Sam, leva-os à toca da grande aranha Laracna, que vive ali[19]. Frodo é picado e desfalece devido ao forte veneno. Sam usa Ferroada e o Frasco de Galadriel para ferir seriamente Laracna, que recua. Acreditando que Frodo está morto, Sam pega o Anel e continua a jornada sozinho. Orques encontram Frodo e, os ouvindo, Sam descobre que ele está vivo[20].

Recepção Crítica[editar | editar código-fonte]

No The New York Times, Donald Barr deu uma crítica positiva, chamando-o de "um trabalho extraordinário – pura emoção, narrativa desimpedida, calor moral, regozijo descarado na beleza, mas emoção acima de tudo"[nota 5][21].

Anthony Boucher, analisando o volume em The Magazine of Fantasy & Science Fiction, escreveu que As Duas Torres "faz exigências excessivas à paciência de seus leitores"[nota 6] com passagens que "poderiam ser cortadas sem afetar a forma ou o conteúdo"[nota 7]. No entanto, ele elogiou o volume, dizendo que "nenhum escritor, exceto E. R. Eddison, criou sua própria mitologia de forma tão satisfatória e convincente e a descreveu vividamente em algumas das prosas mais puras e bonitas que esta dura década viu impressa."[nota 8][22].

O The Times Literary Supplements o chamou de "épico em prosa em louvor à coragem"[nota 9] e afirmou que o Westernesse de Tolkien "chega ao nível da imaginação do leitor com Asgard e Camelot"[nota 10][23][24].

Mahmud Manzalaoui, na Egyptian Gazette, escreveu que o livro "não agradou os leitores do romance psicológico moderno básico"[nota 11], mas que significava uma nova tendência na ficção[24][25].

John Jordan, avaliando o livro para a Irish Press, escreveu admirando sua narrativa "tecendo romance épico, heróico, de parábola e de conto de fadas, e o tipo mais aventureiro de história de detetive, em um padrão ao mesmo tempo estranho e curiosamente familiar à nossa experiência"[nota 12]. Ele comparou a morte e o reaparecimento do mago Gandalf à ressurreição de Cristo[24][26].

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. "The Two Towers gets as near as possible to finding a title to cover the widely divergent Books Three and Four; and can be left ambiguous.", no original.
  2. "A Traição de Isengard", em tradução livre.
  3. "A Jornada dos Portadores-do-Anel", em tradução livre.
  4. "O Anel Vai Para O Leste", em tradução livre.
  5. "an extraordinary work – pure excitement, unencumbered narrative, moral warmth, barefaced rejoicing in beauty, but excitement most of all", no original.
  6. "makes inordinate demands upon the patience of its readers", no original.
  7. "could be lopped away without affecting form or content", no original.
  8. "no writer save E. R. Eddison has ever so satisfactorily and compellingly created his own mythology and made it come vividly alive ... described in some of the most sheerly beautiful prose that this harsh decade has seen in print.", no original.
  9. "prose epic in praise of courage", no original.
  10. "comes to rank in the reader's imagination with Asgard and Camelot", no original.
  11. "has not pleased readers of the staple modern psychological novel", no original.
  12. "weaving of epic, heroic romance, parable, and fairy tale, and the more adventurous kind of detective story, into a pattern at once strange and curiously familiar to our experience", no original.
Referências
  1. «Why Lord of the Rings is Actually 6 Books, Not 3». ScreenRant (em inglês). 23 de novembro de 2019. Consultado em 28 de junho de 2022 
  2. TOLKIEN, J. R. R. (1954). The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  3. a b Carpenter (1981). The Letters of J. R. R. Tolkien. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-395-31555-2 
  4. a b «Desenho original de Tolkien para a capa de "The Two Towers".» 
  5. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «The Departure of Boromir». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  6. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «The Uruk-hai». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  7. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «Treebeard». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  8. a b TOLKIEN, J. R. R. (1954). «The White Rider». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  9. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «The King of the Golden Hall». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  10. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «The Road to Isengard». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  11. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «Flotsam and Jetsam». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  12. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «The Voice of Saruman». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  13. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «The Palantir». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  14. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «The Taming of Sméagol». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  15. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «The Passage of the Marshes». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  16. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «The Black Gate is Closed». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  17. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «Of Herbs and Stewed Rabbit». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  18. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «The Window on the West». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  19. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «Shelob's Lair». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  20. TOLKIEN, J. R. R. (1954). «The Choices of Master Samwise». The Two Towers. [S.l.: s.n.] 
  21. «Shadowy World of Men and Hobbits». archive.nytimes.com. Consultado em 28 de junho de 2022 
  22. Boucher, Anthony (Agosto de 1955). «Recommended Reading». The Magazine of Fantasy & Science Fiction: 93 
  23. «The Epic of Westernesse». The Times Literary Supplement: 817. 17 de dezembro de 1954 
  24. a b c Thompson, George H. «Early Review of Books by J.R.R. Tolkien - Part II». Mythlore 
  25. Manzalaoui, Mahmud (1955). «No Artificial Allegory in this Fairy Romance». Egyptian Gazette: 2 
  26. Jordan, John. «The Little Life of Man». Irish Press: 4 

Ver também[editar | editar código-fonte]