Saltar para o conteúdo

Nasal uvular: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 12: Linha 12:
O '''nasal uvular''' é um tipo de [[fone]] [[consoante|consonantal]] empregado em alguns idiomas. O símbolo deste som no [[alfabeto fonético internacional]] é {{AFI|ɴ}}, e seu símbolo [[X-SAMPA]] equivalente é <tt>N\</tt>.
O '''nasal uvular''' é um tipo de [[fone]] [[consoante|consonantal]] empregado em alguns idiomas. O símbolo deste som no [[alfabeto fonético internacional]] é {{AFI|ɴ}}, e seu símbolo [[X-SAMPA]] equivalente é <tt>N\</tt>.


O nasal uvular é um som raro em vários idiomas, ocorrendo como fonema em apenas um pequeno punhado de línguas. É um complexo articulatório e um som altamente acentuado, pois é inerentemente difícil de produzir uma articulação nasal no ponto de contato uvular.<ref name=":5">{{citar livro |título="A note on the Inuit uvular nasal". |ultimo=Johnson |primeiro=Marion |editora= |ano=1978 |local= |página= |páginas=}}</ref> Pode-se dizer que essa dificuldade articulatória é responsável pela raridade marcante desse som entre as línguas do mundo.<ref name=":5" />
O nasal uvular é um som raro em vários idiomas, ocorrendo como fonema em apenas um pequeno punhado de línguas. É um complexo articulatório e um som altamente acentuado, pois é inerentemente difícil de produzir uma articulação nasal no ponto de contato uvular.<ref name=":0">Johnson, Marion (1978). "A note on the Inuit uvular nasal"</ref> Pode-se dizer que essa dificuldade articulatória é responsável pela raridade marcante desse som entre as línguas do mundo.<ref name=":0" />


O nasal uvular ocorre mais comumente como um alofone condicionado de outros sons,<ref>{{citar livro |título="Assimilation in the Inuit Languages and the Place of the Uvular Nasal". International Journal of American Linguistics. |ultimo=Bobaljik |primeiro=Jonathan David |editora=The University of Chicago Press |ano=1996 |local= |página= |páginas=323–350}}</ref> por exemplo como um alofone de /n/ antes de uma plosiva uvular como em [[Quíchua]], ou como um alofone de /q/ antes de outra consoante nasal como em Selkup. No entanto, foi relatado que existe como um fonema independente em um pequeno número de línguas. Os exemplos incluem a língua Klallam, as variedades Tawellemmet e Ayr do berbere Tuareg.<ref>{{citar livro |título=Lexique touareg-français. |ultimo=Prasse; Alojaly; Mohamed |primeiro=Karl; Ghoubeid; Ghabdouane |editora=Copenhagen: Museum Tusculanum Press. |ano=1998 |local= |página= |páginas=}}</ref> o dialeto Rangakha do tibetano Khams,<ref>{{citar livro |título="Khams Tibetan Rangakha dialect: phonetic analysis (in Japanese)" (PDF). Asian and African Languages and Linguistics (2): . |ultimo=Suzuki |primeiro=Hiroyuki |editora= |ano=2007 |local= |página= |páginas=131–162}}</ref> pelo menos dois dialetos da língua Bai,<ref name=":0">{{citar livro |título="Bai Dialect Survey". SIL Electronic Survey Report |ultimo=Allen |primeiro=Bryan |editora= |ano=2007 |local= |página= |páginas=}}</ref><ref name=":1">{{citar livro |título="Comparison of Languages in Contact: The Distillation Method and the Case of Bai" (PDF). Language and Linguistics Monograph Series B. Frontiers in Linguistics III. |ultimo=Feng |primeiro=Wang |editora= |ano=2006 |local= |página= |páginas=}}</ref> e a língua papua Mapos Buang.<ref name=":2">{{citar livro |título=Ḳapiya Tateḳin Buang Vuheng-atov Ayej = Central Buang–English Dictionary. Summer Institute of Linguistics, Papua New Guinea Branch. |ultimo=Hooley; Rambok; Lung |primeiro=Bruce; Mose |editora= |ano=2010 |local= |página= |páginas=}}</ref> Em Mapos Buang e nos dialetos Bai, ele contrasta fonemicamente com um nasal velar.<ref name=":0" /><ref name=":1" /><ref name=":2" />
O nasal uvular ocorre mais comumente como um alofone condicionado de outros sons,<ref>{{citar livro |título="Assimilation in the Inuit Languages and the Place of the Uvular Nasal". International Journal of American Linguistics. |ultimo=Bobaljik |primeiro=Jonathan David |editora=The University of Chicago Press |ano=1996 |local= |página= |páginas=323–350}}</ref> por exemplo como um alofone de /n/ antes de uma plosiva uvular como em [[Quíchua]], ou como um alofone de /q/ antes de outra consoante nasal como em Selkup. No entanto, foi relatado que existe como um fonema independente em um pequeno número de línguas. Os exemplos incluem a língua Klallam, as variedades Tawellemmet e Ayr do berbere Tuareg.<ref>{{citar livro |título=Lexique touareg-français. |ultimo=Prasse; Alojaly; Mohamed |primeiro=Karl; Ghoubeid; Ghabdouane |editora=Copenhagen: Museum Tusculanum Press. |ano=1998 |local= |página= |páginas=}}</ref> o dialeto Rangakha do tibetano Khams,<ref>Suzuki, Hiroyuki (2007). "[http://repository.tufs.ac.jp/bitstream/10108/51094/1/aall002008.pdf Khams Tibetan Rangakha dialect: phonetic analysis] (em [[Língua japonesa|japonês]])" (PDF). Asian and African Languages and Linguistics (2) pp. 131–162</ref> pelo menos dois dialetos da língua Bai,<ref name=":1">Allen, Bryan (2007). ''"Bai Dialect Survey". SIL Electronic Survey Report''</ref><ref name=":2">Feng, Wang (2006). ''"[http://www.ling.sinica.edu.tw/Files/LL/UploadFiles/MonoFullText/WF-Bai-All.pdf Comparison of Languages in Contact: The Distillation Method and the Case of Bai]" (PDF). Language and Linguistics Monograph Series B. Frontiers in Linguistics III''</ref> e a língua papua Mapos Buang.<ref name=":3">Hooley; Rambok; Lung, Bruce; Mose (2010). ''Ḳapiya Tateḳin Buang Vuheng-atov Ayej = Central Buang–English Dictionary. Summer Institute of Linguistics, Papua New Guinea Branch'' [[ISBN]] <bdi>[[Special:BookSources/978-9980035899|978-9980035899]]</bdi></ref> Em Mapos Buang e nos dialetos Bai, ele contrasta fonemicamente com um nasal velar.<ref name=":1" /><ref name=":2" /><ref name=":3" />


Há também o nasal pré-uvular em algumas línguas como o yanyuwa, que é articulado um pouco mais frontalmente em comparação com o local de articulação do nasal uvular prototípico, embora não tão frontal quanto o nasal velar prototípico. O Alfabeto Fonético Internacional não tem um símbolo separado para esse som, embora possa ser transcrito como ⟨ɴ̟⟩ (⟨ɴ⟩ avançado), ⟨ŋ̠⟩ ou ⟨ŋ˗⟩ (ambos os símbolos denotam um ⟨ŋ⟩ retraído). Os símbolos [[X-SAMPA]] equivalentes são <code>N\_+</code> e <code>N_-</code>, respectivamente.<ref name=":4">{{Cite journal |last=Feng |first=Wang |date=2006 |title=Comparison of Languages in Contact: The Distillation Method and the Case of Bai |url=http://www.ling.sinica.edu.tw/Files/LL/UploadFiles/MonoFullText/WF-Bai-All.pdf |journal=Language and Linguistics Monograph Series B. Frontiers in Linguistics III}}</ref>
Há também o nasal pré-uvular em algumas línguas como o yanyuwa, que é articulado um pouco mais frontalmente em comparação com o local de articulação do nasal uvular prototípico, embora não tão frontal quanto o nasal velar prototípico. O Alfabeto Fonético Internacional não tem um símbolo separado para esse som, embora possa ser transcrito como ⟨ɴ̟⟩ (⟨ɴ⟩ avançado), ⟨ŋ̠⟩ ou ⟨ŋ˗⟩ (ambos os símbolos denotam um ⟨ŋ⟩ retraído). Os símbolos [[X-SAMPA]] equivalentes são <code>N\_+</code> e <code>N_-</code>, respectivamente.<ref name=":4">{{Cite journal |last=Feng |first=Wang |date=2006 |title=Comparison of Languages in Contact: The Distillation Method and the Case of Bai |url=http://www.ling.sinica.edu.tw/Files/LL/UploadFiles/MonoFullText/WF-Bai-All.pdf |journal=Language and Linguistics Monograph Series B. Frontiers in Linguistics III}}</ref>

Revisão das 13h43min de 10 de abril de 2021

Nasal uvular
ɴ
IPA 120
Codificação
Entidade (decimal) &#628;
Unicode (hex) U+0274
X-SAMPA N\
Kirshenbaum n"
Som

O nasal uvular é um tipo de fone consonantal empregado em alguns idiomas. O símbolo deste som no alfabeto fonético internacional é ɴ, e seu símbolo X-SAMPA equivalente é N\.

O nasal uvular é um som raro em vários idiomas, ocorrendo como fonema em apenas um pequeno punhado de línguas. É um complexo articulatório e um som altamente acentuado, pois é inerentemente difícil de produzir uma articulação nasal no ponto de contato uvular.[1] Pode-se dizer que essa dificuldade articulatória é responsável pela raridade marcante desse som entre as línguas do mundo.[1]

O nasal uvular ocorre mais comumente como um alofone condicionado de outros sons,[2] por exemplo como um alofone de /n/ antes de uma plosiva uvular como em Quíchua, ou como um alofone de /q/ antes de outra consoante nasal como em Selkup. No entanto, foi relatado que existe como um fonema independente em um pequeno número de línguas. Os exemplos incluem a língua Klallam, as variedades Tawellemmet e Ayr do berbere Tuareg.[3] o dialeto Rangakha do tibetano Khams,[4] pelo menos dois dialetos da língua Bai,[5][6] e a língua papua Mapos Buang.[7] Em Mapos Buang e nos dialetos Bai, ele contrasta fonemicamente com um nasal velar.[5][6][7]

Há também o nasal pré-uvular em algumas línguas como o yanyuwa, que é articulado um pouco mais frontalmente em comparação com o local de articulação do nasal uvular prototípico, embora não tão frontal quanto o nasal velar prototípico. O Alfabeto Fonético Internacional não tem um símbolo separado para esse som, embora possa ser transcrito como ⟨ɴ̟⟩ (⟨ɴ⟩ avançado), ⟨ŋ̠⟩ ou ⟨ŋ˗⟩ (ambos os símbolos denotam um ⟨ŋ⟩ retraído). Os símbolos X-SAMPA equivalentes são N\_+ e N_-, respectivamente.[8]

Características

Ocorrências

Língua Palavra AFI Significado Notas
Africâner Muitos falantes aangenaam [ˈɑːɴχənɑːm] Prazeroso Alofone de /n/ ates de /χ/; realizado com [n] na fala formal.
Árabe Padrão انقلاب [ˌɪɴ.qʰɪˈlæːb] Golpe de estado Alofone de /n/ antes de /q/; mais comumente realizado como [n].
Armênio անխելք [ɑɴˈχɛlk'] Sem cérebro Alofone de /n/ antes de uma consoante uvular na fala formal.
Holandês Holandês aangenaam [ˈaːɴχəˌnaːm] Prazeroso Alofone de /n/ e /ŋ/ em dialetos que usam [χ]. Pode ser realizado como [n] na fala formal.
Georgiano ზიყი [ziɴqʼi] Articulação do quadril Alofone de /n/ antes de consoantes uvulares.
Inuvialuktun namunganmun [namuŋaɴmuɴ] Para aonde?
Japonês[9] /hon [hõ̞ɴː] Livro O fechamento da língua às vezes é incompleoto.
Kalaallisut paarngorpoq [paaɴːoʁpoq] Rastreia
Klallam sqəyáyŋəxʷ [sqəˈjajɴəxʷ] Grande árvore Contrasta com forma glotalizada.
Mapos Buang[10] alu [aˈl̪uɴ] Viúvo Fonêmico, e contrasta com /ŋ/.
Bai Dialeto enqi[8] [ɴa˨˩] Andar Fonêmico, e contrasta com /ŋ/.
Dialeto luobenzhuo[7] [ɴɔ˦˨] Eu Fonêmico, e contrasta com /ŋ/.
Quíchua Peruano sunqu [ˈs̠oɴqo] Coração Alofone of /n/.
Espanhol[11] enjuto [ẽ̞ɴˈχuto̞] enxuto Alofone of /n/.
Turcomeno jaň [dʒʌɴ] Sino Contrasta com /ŋ/
Yanyuwa[12] wangulu [waŋ̠ulu] Menino adolescente Pré-uvular; contrasta com pós-palatal [ŋ˖].[12]
Referências
  1. a b Johnson, Marion (1978). "A note on the Inuit uvular nasal"
  2. Bobaljik, Jonathan David (1996). "Assimilation in the Inuit Languages and the Place of the Uvular Nasal". International Journal of American Linguistics. [S.l.]: The University of Chicago Press. pp. 323–350 
  3. Prasse; Alojaly; Mohamed, Karl; Ghoubeid; Ghabdouane (1998). Lexique touareg-français. [S.l.]: Copenhagen: Museum Tusculanum Press. 
  4. Suzuki, Hiroyuki (2007). "Khams Tibetan Rangakha dialect: phonetic analysis (em japonês)" (PDF). Asian and African Languages and Linguistics (2) pp. 131–162
  5. a b Allen, Bryan (2007). "Bai Dialect Survey". SIL Electronic Survey Report
  6. a b Feng, Wang (2006). "Comparison of Languages in Contact: The Distillation Method and the Case of Bai" (PDF). Language and Linguistics Monograph Series B. Frontiers in Linguistics III
  7. a b c Hooley; Rambok; Lung, Bruce; Mose (2010). Ḳapiya Tateḳin Buang Vuheng-atov Ayej = Central Buang–English Dictionary. Summer Institute of Linguistics, Papua New Guinea Branch ISBN 978-9980035899
  8. a b Feng, Wang (2006). «Comparison of Languages in Contact: The Distillation Method and the Case of Bai» (PDF). Language and Linguistics Monograph Series B. Frontiers in Linguistics III 
  9. Vance (2008), p. 96.
  10. Hooley; Rambok, Bruce; Mose Lung (2010). Ḳapiya Tateḳin Buang Vuheng-atov Ayej = Central Buang–English Dictionary. [S.l.]: Summer Institute of Linguistics, Papua New Guinea Branch. ISBN 978-9980035899 
  11. Martínez Celdrán, Fernández Planas & Carrera Sabaté (2003), p. 258.
  12. a b Ladefoged & Maddieson (1996), pp. 34-35.

Ver também