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Marquês do Lavradio: diferenças entre revisões

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O [[título nobiliárquico]] de '''Marquês do Lavradio''',{{nota de rodapé|{{nota linguística|tema=Regra geral, os topónimos que têm origem em nomes comuns concretos, como é o caso do [[Lavradio]] (diz-se do solo que se encontra preparado ou reúne as condições necessários para ser cultivado ou lavrado), são precedidos por artigo definido. É, portanto, uso dizer-se "<u>'''o'''</u> Lavradio"}}}} de juro e herdade e com Honras de Parente da Casa Real, foi criado por [[José I de Portugal|D. José I]], por carta de 18 de Outubro de 1753, em favor de [[António de Almeida Soares Portugal|D. António de Almeida Soares Portugal]], 1.º Conde do Lavradio e 4.º Conde de Avintes, e bisneto do primeiro conde deste último título.

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* [[Conde de Abrantes]]
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== Notas ==
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== Bibliografia ==
== Bibliografia ==

Revisão das 23h02min de 27 de junho de 2018

Marquês do Lavradio
Marquês do Lavradio
Criação D. José I
18 de Outubro de 1753
Ordem Grandeza
Tipo Honras de Parente
Juro e Herdade
1.º Titular D. António de Almeida Soares Portugal, 1º conde do Lavradio e 4º conde de Avintes
Linhagem Almeida
Actual Titular D. Jaime de Almeida, 8º marquês do Lavradio e 12º conde de Avintes

O título nobiliárquico de Marquês do Lavradio,[nota 1] de juro e herdade e com Honras de Parente da Casa Real, foi criado por D. José I, por carta de 18 de Outubro de 1753, em favor de D. António de Almeida Soares Portugal, 1.º Conde do Lavradio e 4.º Conde de Avintes, e bisneto do primeiro conde deste último título.

O título de Conde de Avintes por sua vez foi um título nobiliárquico de juro e herdade criado por D. Afonso VI por carta de 17 de Fevereiro de 1664, na fase final da Guerra da Restauração (1640—1668) em favor de D. Luís de Almeida, que antes tinha sido Governador e Capitão-Geral do Rio de Janeiro no Brasil e último Governador de Tânger em Marrocos.

Mais tarde o bisneto deste primeiro conde de Avintes, o 4.° conde, recebeu de D. João V o título de Conde do Lavradio em 1725, sendo então elevado ao marquesado por D. José I em 1753.

Os Marqueses do Lavradio herdaram a representação dos Duques de Aveiro e Duques de Torres Novas, Marqueses de Torres Novas e Marqueses de Gouveia, Condes de Portalegre e de Santa Cruz e Condes de Torres Vedras, pela morte do 8.º Duque de Aveiro, envolvido na conspiração dos Távoras.

As origens e genealogias destes títulos foram descritas, entre outros, por D. António Caetano de Sousa nas Memorias Historicas e Genealogicas dos Grandes de Portugal.[1]

Anselmo Braamcamp Freire, no Vol. II da sua obra Brasões da Sala de Sintra, dedica o Cap. XVI aos Almeidas, descrevendo ao longo de centena e meia de páginas a linhagem, que deu origem a várias ilustres casas e títulos, nos séculos XIV-XVI.[2]

Armas de Almeida chefe, in Livro do Armeiro-Mor (fl 55v) (1509). Armas dos Almeidas Condes de Avintes (1664) e Marqueses do Lavradio (1753).

Condes de Avintes (1664)

Página 323 da obra de D. António Caetano de Sousa (1755).

Titulares

  1. D. Luís de Almeida (1610—1671), 1.° Conde de Avintes.
  2. D. António de Almeida Portugal (1640—1715), 2.° Conde de Avintes, filho do anterior.
  3. D. Luís de Almeida Portugal (1669—1730), 3.° Conde de Avintes, filho do anterior.
  4. D. António de Almeida Soares Portugal (1699—1760), 4.° Conde de Avintes, filho do anterior. Foi feito Conde do Lavradio e mais tarde Marquês do Lavradio. Foi Vice-rei do Brasil.

Armas

As armas dos Condes de Avintes e Marqueses do Lavradio eram as dos Almeidas: De vermelho, com uma dobre-cruz entre seis bezantes, tudo de ouro; bordadura do mesmo metal.[3]

Braamcamp Freire, no seu Brasões da Sala de Sintra, refere de forma ligeiramente menos correcta o mesmo ― De vermelho seis besantes de oiro entre uma dobre cruz e bordadura do mesmo ―, mas nota quanto ao timbre:

A respeito do escudo são todos concordes; agora, quanto ao timbre, é que a variedade é grande. No Livro da Tôrre do Tombo fl. 11, e em carta de brasão de 1536 é a águia de negro e besantada de oiro. No Thesouro da nobreza de Fr. Manuel de Santo António, A-28, é igualmente a águia negra, mas só tem nove besantes, três no peito e três em cada asa. Em cartas de brasão de 1532, 1533 e 1538; na Monarchia lusitana, parte III, liv 11.º, cap. 2; na Benedictina lusitana, parte II, pág. 464; e nos Blasones de Portugal, do P. Purificação, fl. 44, declara ser a águia de vermelho e besantada de oiro. [...] A águia de vermelho carregada sòmente de seis beantes sôbre o peito aparece no Thesouro da nobreza de Francisco Coelho, fl. 38.

Pela razão alegada no artigo dos Pereiras deve-se preferir a descrição do Livro da Tôrre do Tombo.[4]

As armas aparecem no Livro do Armeiro-Mor (fl 55v), no Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas (fl 11r), no Thesouro de Nobreza (fl 24v), etc. Podem também ser vistas na Sala de Sintra. Note-se que estas eram também as armas dos Almeidas dos Condes de Abrantes (1476), título extinto em 1650.

Conde do Lavradio (1725)

D. João V, por carta de 17 de Julho de 1725, concedeu a D. António de Almeida Soares Portugal, ainda antes da morte do 3.º Conde de Avintes seu pai, e como recompensa pelos serviços de seu tio, D. Tomás de Almeida, irmão do 3.° conde e primeiro Patriarca de Lisboa, o título de 1.º Conde do Lavradio.

Este título pertencera antes a Luís de Mendonça Furtado e Albuquerque, Vice-rei da Índia (1671-1677), morto no mar sem geração quando regressava a Portugal do Oriente, e consequentemente vago para a Coroa. Com esta nova criação, D. João V fez a D. António mercê de juro e herdade do senhorio da vila do Lavradio, assim como da comenda de São Pedro de Castelões na Ordem de Cristo. O conde foi ainda comendador de Santa Maria de Lamas e de São Martinho de Lordosa, na mesma Ordem.

Este 4.º Conde de Avintes e primeiro Conde do Lavradio foi mais tarde o 38.º governador de Angola (1749-1753), e, por escassos meses antes de falecer, o 8.º Vice-rei do Brasil (1760). Ao regressar do governo de Angola à metrópole, para assumir o governo de Elvas, a principal praça fronteiriça de Portugal, foi então D. António elevado a Marquês do Lavradio em 1753.

Marqueses do Lavradio (1753)

Página 137 da obra de D. António Caetano de Sousa (1755).

Titulares

  1. D. António de Almeida Soares Portugal (1699—1760), 4.° Conde de Avintes, Vice-rei do Brasil.
  2. D. Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão d'Eça e Melo Silva Mascarenhas (1729—1790), filho do anterior, 2.° Marquês do Lavradio e 5° Conde de Avintes, foi Vice-rei do Brasil.
  3. D. António Máximo de Almeida Portugal (1756—1833), 3.° Marquês do Lavradio e 6.° Conde de Avintes, filho do anterior. A este marquês foram concedidas hereditárias Honras de Parente da Casa Real em 1810, por ser o Marquês do Lavradio chefe de uma das linhas legítimas da Casa Real.
  4. D. Luís de Almeida Portugal Eça Mascarenhas Silva e Lancastre (1787—1812), 4.° Marquês do Lavradio e 7.° Conde de Avintes, filho do anterior. Por não ter descendência, foi sucedido nos títulos da casa pelo irmão.
  5. D. António de Almeida Portugal Soares Alarcão Melo Castro Ataíde Eça Mascarenhas Silva e Lencastre (1794—1874), 5.° Marquês do Lavradio e 8.° Conde de Avintes, irmão do anterior. Foi sua herdeira sua filha, D. Eugénia de Jesus Maria de Todos-os-Santos de Almeida, que não se encartou nos títulos da casa por ter morrido ainda em vida do pai. Casada com José Correia de Sá Velasco da Câmara e Benevides, segundo filho do 6.º Visconde de Asseca, o seu filho D. António de Almeida Portugal, que morreu pouco depois do avô, também não se encartou nos títulos desta casa, passando-os para seu filho mais velho.
  6. D. José Maria do Espírito Santo de Almeida Correia de Sá (1874—1945), 6.° Marquês do Lavradio e 9.° Conde de Avintes, bisneto do anterior.

Armas

As dos Condes de Avintes

Palácio dos Marqueses do Lavradio

Em 1745, D. Tomás de Almeida, irmão do 3.° Conde de Avintes e primeiro Patriarca de Lisboa, construiu um palácio em terrenos comprados ao irmão, que tinham pertencido à família desde D. Francisco de Almeida, o primeiro vice-rei da Índia. Depois de concluido o palácio, o Cardeal Patriarca ofereceu-o ao sobrinho, o 4.° Conde de Avintes e primeiro Marquês do Lavradio.

O Palácio dos Marqueses do Lavradio, ao Campo de Santa Clara em Lisboa, um dos maiores palácios nobres da capital portuguesa, sofreu poucos danos com o Terramoto de 1755 poucos anos mais tarde. Permaneceu nas mãos da familia até que, por ocasião da morte do 5.º Marquês do Lavradio, foi vendido ao Estado em 1875, que nele instalou o Supremo Tribunal Militar, criado esse ano.

Após a queda da Monarquia

Com a queda da Monarquia e a implantação da República Portuguesa em 1910 foram os titulares à data da implantação da República autorizados a manter e usar os seus títulos até à morte; os vários títulos da Casa do Lavradio encontram-se assim extintos desde 1945, embora existam descendentes.

Após o fim do sistema nobiliárquico oficialmente reconhecido pela Coroa, foram assim inscritos no Concelho de Nobreza, uma associação portuguesa de direito privado fundada em 1946, e, mais tarde, no igualmente privado Instituto da Nobreza Portuguesa que lhe sucedeu, como 7.º e 8.º marqueses do Lavradio, respectivamente, José Luís de Almeida e, após a morte deste, Jaime Roque de Pinho de Almeida, presidente do Instituto da Nobreza Portuguesa.

Ver também

Notas e referênciasNotas
Referências
  1. CAETANO DE SOUSA, António: Memorias Historicas e Genealogicas dos Grandes de Portugal, pp. 137-138 e 323-344.
  2. BRAAMCAMP FREIRE, Brasões da Sala de Sintra, Vol. II, p. 282-427, esp. 363-364 quanto aos condes de Avintes e primeiros marqueses do Lavradio.
  3. Descrição heráldica in ACADEMIA PORTUGUESA DA HISTÓRIA: Livro do Armeiro-Mor (1509), p. XLVII. Esta descrição é preferível à de Braamcamp Freire citada.
  4. BRAAMCAMP FREIRE, op. cit., p. 284.

Bibliografia

  • Livro do Armeiro-Mor (1509). 2.ª edição. Prefácio de Joaquim Veríssimo Serrão; Apresentação de Vasco Graça Moura; Introdução, Breve História, Descrição e Análise de José Calvão Borges. Academia Portuguesa da História/Edições Inapa, 2007
  • Livro da Nobreza e Perfeiçam das Armas (António Godinho, Séc. XVI). Fac-simile do MS. 164 da Casa Forte do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Introdução e Notas de Martim Albuquerque e João Paulo de Abreu e Lima. Edições Inapa, 1987
  • BRAAMCAMP FREIRE, Anselmo: Brasões da Sala de Sintra. 3 Vols. 3.ª Edição, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1996
  • CAETANO DE SOUSA, António: Memorias Historicas e Genealogicas dos Grandes de Portugal. 3.ª Edição, 1755

Ligações externas