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'''Ramanuja''' (Tamil: ராமானுஜர், Rāmānujar) ([[1017]]–[[1137]]) foi um [[teólogo]], [[filósofo]], [[poeta]] e [[escritor]] [[hindu]] e famoso por apresentar um comentário alternativo ao comentário [[advaita]] de [[Shankara]] aos [[Brahma-sutra]]s, estabelecendo a linha de pensamento denominada vishistadvaita, uma interpretação do [[Vedanta]] considerada teista, uma vez que a linha filosófica advaita estabelecida pelo acarya [[Shankara]] elimina a necessidade de uma divindade pessoal, mais próxima ao conceito de [[deus]] estabelecido pelas [[religiões]] dualísticas, tais como as [[semítica]]s ([[teísmo]] clássico).
'''Ramanuja''' (Tamil: ராமானுஜர், Rāmānujar) ([[1017]]–[[1137]]) foi um [[teólogo]], [[filósofo]], [[poeta]] e [[escritor]] [[hindu]] e famoso por apresentar um comentário alternativo ao comentário [[advaita]] de [[Shankara]] aos [[Brahma-sutra]]s, estabelecendo a linha de pensamento denominada vishistadvaita, uma interpretação do [[Vedanta]] considerada teista, uma vez que a linha filosófica advaita estabelecida pelo acarya [[Shankara]] elimina a necessidade de uma divindade pessoal, mais próxima ao conceito de [[deus]] estabelecido pelas [[religiões]] dualísticas, tais como as [[semítica]]s ([[teísmo]] clássico).


No [[século XII]] no sul da Índia fervilhavam movimentos místicos e os mais destacados eram os da linha de [[bhakti]], especialmente a seita [[vaixnava]] dos shri-vaixnavas, cujos alvars (profetas provenientes de vários estratos sociais e castas), estabeleceram um movimento de bhakti alheio à tradição e costumes védicos. Já no [[século X]], o famoso sábio Nathamuni equiparou a poesia devocional dos alvars aos Vedas , estabelecendo um novo princípio de autoridade escritural para a linha dos shri-vaixnavas, a seita hindu mais proeminente no sul do subcontinente. Essa interpolação de doutrinas não-védicas a uma religião fundamentada nos Vedas, incomodava muito os shri-vaixnavas mais eruditos da época.
No [[século XII]] no sul da [[Índia]] fervilhavam movimentos místicos e os mais destacados eram os da linha de [[bhakti]], especialmente a seita [[vaixnava]] dos shri-vaixnavas, cujos alvars (profetas provenientes de vários estratos sociais e castas), estabeleceram um movimento de bhakti alheio à tradição e costumes védicos. Já no [[século X]], o famoso sábio [[Nathamuni]] equiparou a poesia devocional dos alvars aos Vedas, estabelecendo um novo princípio de autoridade escritural para a linha dos shri-vaixnavas, a seita hindu mais proeminente no sul do [[subcontinente|subcontinente indiano]]. Essa interpolação de doutrinas não-védicas a uma religião fundamentada nos Vedas, incomodava muito os shri-vaixnavas mais eruditos da época.


A escola de filosofia Vedanta havia se desenvolvido como a mais erudita e mais representativa das antigas tradições hindus, tendo derrotado completamente o budismo em toda a Índia, e desde Shankara, vários filósofos ilustres e eruditos como Mandana e as inúmeras mathas (missões monásticas) de filosofia advaita difundiam conceitos religiosos pouco confortáveis para uma tradição religiosa teista como a dos shri-vaixnavas. Os conceitos da escola advaita clássica eram na verdade mais próximos ao budismo (uma religião ateísta) do que de qualquer tradição teista hindu.
A escola de [[filosofia]] Vedanta havia se desenvolvido como a mais erudita e mais representativa das antigas tradições hindus, tendo derrotado completamente o [[budismo]] em toda a Índia, e desde Shankara, vários [[filósofo]]s ilustres e eruditos como [[Mandana]] e as inúmeras mathas (missões monásticas) de filosofia advaita difundiam conceitos religiosos pouco confortáveis para uma tradição religiosa teista como a dos shri-vaixnavas. Os conceitos da escola advaita clássica eram na verdade mais próximos ao budismo (uma religião ateísta) do que de qualquer tradição teista hindu.


Os shri-vaixnavas e outros grupos teistas, que acreditavam na tese do amor a Deus, careciam de uma doutrina filosófica que abordasse o [[Brahma-sutra]] de uma maneira mais teista, e a doutrina de Ramanuja veio oferecer essa interpretação.
Os [[shri-vaixnava]]s e outros grupos teistas, que acreditavam na tese do amor a [[Deus]], careciam de uma doutrina filosófica que abordasse o [[Brahma-sutra]] de uma maneira mais teista, e a doutrina de Ramanuja veio oferecer essa interpretação.


Na prática Ramanuja foi o “inventor” de Deus para o hinduismo moderno, com o seu Shri bhasya, ou comentário do Brahma-sutra segundo a óptica teista, a doutrina vishistavaita. E esta foi a tábua de salvação para os shri-vaixnavas e outras linhas pouco ortodoxas que se sobrepuzeram à ruptura causada por Ramanuja.
Na prática Ramanuja foi o “inventor” de Deus para o hinduismo moderno, com o seu Shri bhasya, ou comentário do Brahma-sutra segundo a óptica teista, a doutrina [[vishistavaita]]. E esta foi a tábua de salvação para os shri-vaixnavas e outras linhas pouco ortodoxas que se sobrepuzeram à ruptura causada por Ramanuja.


Atualmente inúmeras seitas possuem o seu próprio bhasya, ou comentário do Vedanta, para fundamentar as mais absurdas superstições e neo-teologias.
Atualmente inúmeras [[seita]]s possuem o seu próprio bhasya, ou comentário do Vedanta, para fundamentar as mais absurdas superstições e neo-teologias.


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Revisão das 03h51min de 18 de janeiro de 2009

Ramanuja (Tamil: ராமானுஜர், Rāmānujar) (10171137) foi um teólogo, filósofo, poeta e escritor hindu e famoso por apresentar um comentário alternativo ao comentário advaita de Shankara aos Brahma-sutras, estabelecendo a linha de pensamento denominada vishistadvaita, uma interpretação do Vedanta considerada teista, uma vez que a linha filosófica advaita estabelecida pelo acarya Shankara elimina a necessidade de uma divindade pessoal, mais próxima ao conceito de deus estabelecido pelas religiões dualísticas, tais como as semíticas (teísmo clássico).

No século XII no sul da Índia fervilhavam movimentos místicos e os mais destacados eram os da linha de bhakti, especialmente a seita vaixnava dos shri-vaixnavas, cujos alvars (profetas provenientes de vários estratos sociais e castas), estabeleceram um movimento de bhakti alheio à tradição e costumes védicos. Já no século X, o famoso sábio Nathamuni equiparou a poesia devocional dos alvars aos Vedas, estabelecendo um novo princípio de autoridade escritural para a linha dos shri-vaixnavas, a seita hindu mais proeminente no sul do subcontinente indiano. Essa interpolação de doutrinas não-védicas a uma religião fundamentada nos Vedas, incomodava muito os shri-vaixnavas mais eruditos da época.

A escola de filosofia Vedanta havia se desenvolvido como a mais erudita e mais representativa das antigas tradições hindus, tendo derrotado completamente o budismo em toda a Índia, e desde Shankara, vários filósofos ilustres e eruditos como Mandana e as inúmeras mathas (missões monásticas) de filosofia advaita difundiam conceitos religiosos pouco confortáveis para uma tradição religiosa teista como a dos shri-vaixnavas. Os conceitos da escola advaita clássica eram na verdade mais próximos ao budismo (uma religião ateísta) do que de qualquer tradição teista hindu.

Os shri-vaixnavas e outros grupos teistas, que acreditavam na tese do amor a Deus, careciam de uma doutrina filosófica que abordasse o Brahma-sutra de uma maneira mais teista, e a doutrina de Ramanuja veio oferecer essa interpretação.

Na prática Ramanuja foi o “inventor” de Deus para o hinduismo moderno, com o seu Shri bhasya, ou comentário do Brahma-sutra segundo a óptica teista, a doutrina vishistavaita. E esta foi a tábua de salvação para os shri-vaixnavas e outras linhas pouco ortodoxas que se sobrepuzeram à ruptura causada por Ramanuja.

Atualmente inúmeras seitas possuem o seu próprio bhasya, ou comentário do Vedanta, para fundamentar as mais absurdas superstições e neo-teologias.

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