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The Man Who Sold the World (canção)

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Este artigo é sobre a canção. Para o álbum, ver The Man Who Sold the World.
"The Man Who Sold the World"
Canção de David Bowie
do álbum The Man Who Sold the World
Lançamento Estados Unidos4 de novembro de 1970
Reino Unido Abril de 1971
Gênero(s)
Duração 3:55
Gravadora(s) Mercury Records
Faixas de The Man Who Sold the World
"She Shook Me Cold"
"The Supermen"

"The Man Who Sold The World" é uma canção composta por David Bowie, presente no seu álbum de mesmo nome de 1970. A canção foi regravada por vários artistas, notavelmente por Lulu em 1974 e pelo Nirvana em 1993.

Letra e inspiração

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Eu acho que eu escrevi esta canção porque havia uma parte de mim que eu estava procurando... Esta canção para mim sempre exemplificou como você se sente quando é jovem, quando você sabe que há um pedaço de si mesmo que você ainda não uniu - você tem essa grande busca, essa grande necessidade de descobrir quem você realmente é.

David Bowie, numa entrevista para a BBC Radio 1, programa ChangesNowBowie (1997).[1]

O título é similiar ao do livro The Man Who Sold the Moon, escrito em 1949 por Robert A. Heinlein, e no qual Bowie deveria ter lido ou simplesmente conhecido.[2] Contudo, a letra da canção não possui paralelos com a história do livro. Todas as canções do álbum homônimo nos apresentam um Bowie interessado na filosofia de Super Homem de Friedrich Nietzsche e muito provavelmente há a possibilidade de "o homem que vendeu o mundo" ser Deus (na teoria de Nietzsche, Deus Está Morto, daí a canção dizer: I thought you died alone, a long long time ago), ou mesmo o próprio Super-Homem.[3] Há também a hipótese da temática da canção girar em torno de um doppelgänger, monstro folclórico antigo, como é sugerido no refrão, em que "I never lost control" é substituído depois por "We never lost control".[4]

Mas, como escreve James E. Perone, biógrafo e estudioso de David Bowie,

"Bowie se encontra com o personagem-título, mas não é claro o que a frase diz, ou exatamente quem é esse homem. … A única coisa que a canção faz é retratar, elusivamente, o personagem-título como mais um dos vários exemplos de pessoas excluídas da sociedade que povoam o álbum.[5]

Como várias outras faixas do álbum de Bowie, a temática da canção tem sido comparada às obras de horror de H. P. Lovecraft.[6] Sua letra também reflete a preocupação de Bowie com personalidades lascadas ou múltiplas, e acredita-se ter sido parcialmente inspirada pelo poema de "Antigonish" de William Hughes Mearns:[7]

Em 1997, quando perguntado sobre a canção durante uma programação especial dedicada à sua carreira na BBC Radio 1, Bowie respondeu: "Acho que escrevi essa canção porque havia uma parte de mim mesmo que eu estava procurando. Talvez agora que eu me sinto mais confortável com a maneira em que eu vivo e com meu estado mental (risos) e também meu estado espiritual, ou o que quer que seja, sinto que há uma espécie de unidade agora. Para mim, essa música sempre exemplificou o jeito que você se sente quando ainda é jovem, quando existe uma parte de você mesmo que ainda não foi encontrada e juntada. E você tem essa grande busca, esta grande necessidade de descobrir quem você realmente é."[8]

Regravações

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Versão de Lulu

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Lulu foi a primeira artista a regravar a canção, em 1974, num "estilo leve, e quase de cabaré".[9] Sua versão foi realizada como single em 11 de janeiro de 1974, e alcançou a terceira posição nas paradas britânicas. O próprio Bowie encarregou-se da produção dessa versão, juntamente com seu colega e guitarrista Mick Ronson, durante as sessões do álbum Pin Ups, e também contribuiu com guitarras, saxofone e vocais. Ronson tocou guitarra, Trevor Bolder baixo, Mike Garson piano, e Aynsley Dunbar bateria.[10]

Versão de Richard Barone

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Richard Barone regravou a canção em 1987 em seu álbum Cool Blue Halo, usando violoncelo, violão e percussão sinfônica em um ambiente íntimo ao vivo.

Versão de Nirvana

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Em sua Lista dos 50 Álbuns Favoritos, Kurt Cobain do Nirvana posiciou o álbum The Man Who Sold the World em 45º lugar.[11] Em 1993, a banda resolveu fazer uma rendição ao vivo da canção em sua apresentação no MTV Unplugged, e ela foi incluída no ano seguinte no álbum MTV Unplugged in New York. A canção foi então realizada como single promocional para o álbum e foi muito tocada nas rádios. Não deixou também de passar frequentemente um trecho da apresentação ao vivo como clipe da MTV. O Nirvana realizou covers da canção regularmente depois disso até a morte do vocalista em 1994.

A versão do Nirvana foi a mais famosa, chegando a ofuscar, inclusive, seu próprio criador, David Bowie. Por causa disso, mais tarde Bowie certa vez lamentou-se que muitas vezes encontrava "crianças que vinham mais tarde dizendo: Legal que você tem cantado uma música do Nirvana. E quando isso acontecia, eu pensava comigo mesmo: 'Vão se fuder, seus pequenos perturbadores!'".[12]

Paradas musicais

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Chart (1995) Posição
RPM Singles Chart canadense 22
França 34
Polônia 1
Eslovaca 4
Suécia 1
EUA Billboard Hot Modern Rock Tracks 6
EUA Billboard Hot Mainstream Rock Tracks 12
EUA Billboard Hot 100 Airplay 39

Outros covers

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  • Midge Ure fez uma versão para a trilha sonora do filme Party Party (1982). Esta versão também foi incluída no álbum No Regrets: The Very Best of Midge Ure, e nas compilações The David Bowie Songbook e Starman: Rare and Exclusive Versions of 18 Classic David Bowie Songs, CD promocional da edição de Março de 2003 da revista Uncut. A mesma versão da música pode ser encontrada na trilha do videogame Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, lançado em 2015.
  • Here & Now em seu álbum Fantasy Shift (1983).
  • Električni Orgazam no álbum Les Chansones Populaires (1983).
  • Ed Kuepper no álbum The Exotic Mail Order Moods of Ed Kuepper (1995).
  • Suede tocou uma rara versão cover durante a passagem de som em uma turnê nos EUA (1995).
  • Simple Minds no álbum de covers Neon Lights (2001).
  • 3 Melancholy Gypsys sampleou a versão do Nirvana na canção "2010" que aparece no álbum Legendary Music, Vol. 1do grupo Living Legends.
  • Jordis Unga em Rock Star INXS, também lançado como single digital.
  • Cocosuma em BowieMania: Mania, une collection obsessionelle de Beatrice Ardisson (2007).
  • Apoptygma Berzerk usa a melodia da guitarra para execução ao vivo da canção Mourn, que pode ser ouvida no álbum APBL2000 (2001).
  • Cross Canadian Ragweed também fez vários covers da música em diferentes ocasiões.
  • Os Meat Puppets também fizeram uma versão da música.
  • Nine Inch Nails também fizeram covers e compilações não só desta, mas de muitas outras músicas de Bowie.
  • John Cougar Mellencamp incluiu um cover como faixa bônus do álbum The Kid Inside (1983).
  • Marcus Van Heller no álbum Hero: The Main Man Records Tribute to David Bowie (2007).
  • Mohsen Namjoo usou o riff principal na música Morq-e Sheidâ.
  1. Wallace, Grant (27 de junho de 1999). «ChangesNowBowie Transcript – Radio 1». Consultado em 19 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 2 de setembro de 2016 
  2. King, Maureen, "Future Legends: David Bowie and Science Fiction", in Morrison, Michael A. (ed.) (1997). Trajectories of the Fantastic: Selected Essays from the Fourteenth International Conference on the Fantastic in the Arts. Westport, CT: Greenwood. p. 131  The Man Who Sold the Moon is also the title of a collection of Heinlein's short stories. In 1975 Bowie told a reporter that he had acquired the film rights to another Heinlein novel, Stranger in a Strange Land, and would write the score and star as the character Valentine Michael Smith (see Gillman, Peter; Gillman, Leni (1986), Alias David Bowie, London: Hodder & Stoughton, p. 402 ); since then, Bowie has said he had read the novel but never intended to make the film (see Campbell, Virginia, "Bowie at the Bijou", in Movieline, April 1992, p. 35).
  3. David Buckley (1999). Strange Fascination - David Bowie: The Definitive Story: p. 99-105..
  4. King, Maureen, "Future Legends: David Bowie and Science Fiction", in Morrison, Michael A. (ed.) (1997). Trajectories of the Fantastic: Selected Essays from the Fourteenth International Conference on the Fantastic in the Arts. Westport, CT: Greenwood. p. 131 
  5. Perone, James E. (2007). The Words and Music of David Bowie. Westport, CT: Praeger. pp. 15–6 
  6. Roy Carr & Charles Shaar Murray (1981). Bowie: An Illustrated Record: p. 38.
  7. David Buckley (1999). Strange Fascination - David Bowie: The Definitive Story: p.100; Allmusic review. allmusic.com. Acesso: 15 de janeiro, 2010.
  8. Traduzido de "ChangesNowBowie Transcript - Radio 1 Arquivado em 2 de setembro de 2016, no Wayback Machine.". Teenage Wildlife Arquivado em 16 de janeiro de 2010, no Wayback Machine.. Transcrito por Grant Wallace. Acesso: 19 de janeiro, 2012.
  9. David Buckley (1999). Op. cit: p. 196.
  10. Roy Carr & Charles Shaar Murray (1981). Op. cit.: p. 118.
  11. Kurt's Journals - His Top 50 Albums. www.nirvanaclub.com. Acesso: 24 de julho, 2010.
  12. Nicholas Pegg (2000). The Complete David Bowie: pp. 138-139.